Do ATUAL
MANAUS – Há menos de 48h do segundo turno, o Programa Profissão Repórter, que é conduzido pelo jornalista Caco Barcellos, foi até Coronel Sapucaia, em Mato Grosso do Sul, e flagrou uma suspeita de compra de votos. O programa foi ao ar nesta terça-feira (1º), na TV Globo.
Caco Barcellos tentava fazer um perfil dos eleitores da cidade onde houve empate entre Lula e Jair Bolsonaro no primeiro turno. E, enquanto caminhava, viu um grupo de pessoas em frente de um centro cultural. O repórter se aproximou e perguntou a um homem do que se tratava, e ouviu que era uma reunião sobre o benefício Auxílio Brasil.
Ao entrar no local, Barcellos questionou a assessora que o recebeu sobre a reunião. “Tem a ver com demonstrar o que o presidente e o governador estão fazendo pelas pessoas”, disse ela.
Tão logo a resposta foi dada, as pessoas que participavam da reunião começaram a levantar e ir embora. O jornalista foi imediatamente entrevistar algum deles, mas um homem apareceu e tentou impedi-lo com gritos: “É melhor vocês ficarem na sua!”, bradava.
A produção do programa também avistou mulheres que tinham listas com os dados das pessoas presentes na reunião e suas respectivas assinaturas. Uma delas foi abordada, mas respondeu que não poderia dizer nada.
Uma senhora que mora ao lado do galpão foi entrevistada e informou que a movimentação tinha começado naquela semana. Informou também que as pessoas eram chamadas para assinar algo relacionado ao Auxílio Brasil. “Aí ontem que eu ouvi falando que, quando acaba a reunião, o [prefeito] Rudi dá R$ 50 para cada um. Rudi é o prefeito daqui”, contou.
Em outro momento, Barcellos entrevista Rudi Paetzold, que participava de uma gincana promovida pela Secretaria Municipal de Educação e pergunta sobre a afirmação da moradora. Ele negou a participação e organização da reunião e logo depois foi impedido pela assessoria de responder mais perguntas ao repórter.
Uma moradora que estava na gincana aceitou falar com Barcellos e disse que suspeitava de assédio eleitoral.
“Eles falaram sobre o Auxílio Brasil, porém teria que votar no 22 ou não teria mais verba para vir para cá, né? Aí pararia com tudo: asfalto, as escolas. Para mim, aquilo foi uma pressão sobre as pessoas”, disse.
Assista ao vídeo na íntegra: