Da Redação
MANAUS – Os irmãos Gleiçon e Glauco Carvalho Ferreira, de 9 e 7 anos, respectivamente, estão clinicamente estáveis e receberão cuidados médicos para tratar desnutrição e escoriações, informou o pediatra Eugênio Tavares, que acompanhou a transferência das crianças de Manicoré (a 332 quilômetros de Manaus) para a capital na manhã desta quinta-feira (17). Anteriormente, o Distrito Sanitário Indígena de Manicoré informou que tratavam-se de um menino de 8 anos e uma menina de 6 anos.
Os irmãos, da etnia Mura, ficaram desaparecidos por 27 dias perdidos na Floresta Amazônica. Eles chegaram ao Hospital Regional Dr. Hamilton Cidade em Manicoré na noite de terça-feira (15), apresentando quadro grave de desnutrição, desidratação e escoriações na pele, porém estáveis, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.
A diretora do Hospital e Pronto-Socorro da Criança Zona Oeste, Liege Menezes, disse que os irmãos não necessitam de cuidados em leito de UTI e serão acompanhados em enfermaria. “Temos toda uma estrutura necessária para essas crianças. Não foi necessário essas crianças serem admitidas na UTI. Vão ficar em leito de enfermaria, mas temos todos os especialistas necessários para que tenham uma excelente evolução e prognóstico. E esperamos que esse tratamento aconteça com todo sucesso”, informou.
As crianças foram transferidos para Manaus em avião adaptado como UTI. A aeronave pousou em Manaus por volta das 11h, no hangar da empresa Manaus Aerotáxi, com os irmãos acompanhados dos pais, um enfermeiro e do pediatra Eugênio Tavares.
“Eles estão graves, mas estáveis dentro da patologia que têm, desnutrição e algumas infecções de pele, no ouvido e nas costas. A frequência respiratória está normal, não têm tosse e estão urinando bem. A preocupação era o rim, mas já voltou a funcionar muito bem. O cuidado é tratar as infecções que ainda existem e a alimentação cuidadosa, para saber se vão tolerar a dieta progressiva e ganhar peso”, explicou Tavares.
Anoar Samad, secretário de Estado de Saúde, disse que o quadro de saúde dos irmãos exige cuidados especiais. “Esse tempo tão longo sem se alimentar pode gerar problemas intestinais, dificuldades de absorção de alimentos, e tudo isso precisa de uma assistência especializada. Esse hospital é especializado com médicos de excelência. Pediatras intensivistas, nutricionistas, gastroenterologista. Temos apoio psicológico, e essas crianças vão estar superbem assistidas”, afirmou.