Por Felipe Campinas, da Redação
MANAUS – O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), negou o pedido de prisão do ex-secretário de Comunicação Social da Presidência da República Fábio Wajngarten feito por parlamentares que alegaram tentativa de embaraço às investigações. “Não sou carcereiro de ninguém”, disse Aziz.
O pedido foi inaugurado pelo relator, senador Renan Calheiros (MDB-AL), que acusou Wajngarten de mentir na comissão. “Este senhor vem a esta comissão descaradamente e repetidamente mentir. Nós vamos requisitar de vossa excelência, presidente, uma ordem de prisão”, afirmou Renan.
O requerimento ganhou apoio dos senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Fabiano Contarato (Rede-ES). O senador capixaba alegou que “o estado flagrancial” necessário para a determinação da prisão estava “presente a todo momento” no depoimento do ex-secretário.
A rejeição do pedido por Omar gerou embate com Renan, que disse que a decisão enfraqueceria a comissão, mas que não pediria a prisão em respeito ao presidente da comissão. Aziz disse que os senadores não podem transformar a CPI da Covid em um “tribunal que vai prender as pessoas antes de serem julgadas”.
Omar afirmou que Wajngarten não mentiu para Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Alessandro Vieira (Cidadania-SE), citou que já foi “muito injustiçado” e que não será “carcereiro de ninguém”. “Nós não prejulgamos as pessoas. Não é impondo a prisão de alguém que a CPI vai dar resultado”, disse o presidente da CPI.
Após a recusa de Aziz, Renan disse que não gostaria de tomar decisão individualmente. O presidente da comissão disse que tinha ouvido o pedido de prisão com antecedência, mas já havia adiantado que não aceitaria. Omar também aumentou o tom na discussão com o relator: “Eu não sou idiota”.