Da Redação
MANAUS – Há um ano ocorreu a primeira morte por Covid-19 no Amazonas. O comerciante Geraldo Sávio, natural de Parintins (a 369 quilômetros de Manaus), faleceu em 24 de março de 2020 com apenas 49 anos. Desde então, o estado já acumula 11.836 óbitos pela doença, sendo 8.348 em Manaus, segundo dados da FVS-AM (Fundação de Vigilância em Saúde) atualizados até esta terça-feira, 23.
Geraldo ficou internado quatro dias no Hospital Delphina Aziz, em Manaus, com quadro de insuficiência respiratória e grave comprometimento pulmonar. Ele era do grupo de risco, tinha hipertensão arterial sistêmica. No mês seguinte à morte do comerciante, o Amazonas enfrentou o primeiro pico da pandemia.
Entre abril e maio de 2020 as internações atingiram os maiores números em relação ao registrado ano passado. Na primeira onda, chegaram a ser internados 105 pacientes em um único dia em Manaus, em 22 de abril e 4 de maio. Até esses dias, foram contabilizadas 206 e 584 mortes acumuladas pelo novo coronavírus no estado, respectivamente.
Nos meses seguintes, houve estabilização de casos e mortes pela doença. Mas as aglomerações do período eleitoral e festas de fim de ano provocaram aumento significativo da contaminação no Amazonas.
No dia 3 de janeiro deste ano, o estado já batia o recorde de internações por Covid-19 na capital. Foram 159 hospitalizações em um único dia na capital. No estado, foram 163.
O pior cenário ocorreu em 14 de janeiro. Nesse dia, foram 258 internações no estado, sendo 254 na capital, e 82 mortes por Covid-19, das quais, 76 foram em Manaus. Nesse dia, os hospitais foram afetados pela falta de oxigênio, o que gerou um colapso na rede de saúde do Amazonas e mortes de pacientes por asfixia. A crise provocou inclusive a investigação do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que deixou o cargo no último dia 16 deste mês.