Do UOL/Folhapress
SÃO PAULO-SP – A força-tarefa da Lava Jato no Ministério Público Federal no Paraná teve pedido acolhido pela Justiça Federal do Paraná de bloqueio de bens e ativos financeiros de investigados na Operação Piloto, que tem como principal alvo o ex-governador paranaense Beto Richa (PSDB).
O tucano, ex-prefeito de Curitiba (2005 a 2010) e governador de 2011 a 2018, teve R$ 20 milhões bloqueados pelo pedido. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (14) pelo MPF.
O despacho ainda prevê a indisponibilidade de bens imóveis e de veículos, além do sequestro de parte de imóvel citado no esquema de corrupção. As medidas, com valores proporcionais, também foram aplicadas aos demais réus.
Apresentada em 5 de junho, a acusação do MPF denunciou Richa, Ezequias Moreira, Pepe Richa, Luiz Abi Antoun, Dirceu Pupo Moreira, Rafael Gluck e José Maria Ribas Mueller sob acusação de, ao longo de 2014, praticar crimes de corrupção ativa e passiva, fraude licitatória e lavagem de dinheiro, relacionadas à licitação na Parceria Público Privada (PPP) para exploração e duplicação da PR-323, rodovia que liga as cidades de Maringá e Francisco Alves, no noroeste do Paraná.
A Operação Piloto foi deflagrada em setembro de 2018, diante do conteúdo de depoimentos de colaboradores vinculados ao grupo Odebrecht que revelaram um esquema de lavagem de dinheiro e pagamento de propina, o que favoreceria o consórcio liderado pela própria Odebrecht na licitação da PR-323.
Os pagamentos teriam sido organizados pelo chamado Setor de Operações Estruturadas da empresa em favor do codinome “Piloto”, identificado como sendo Beto Richa. O ex-governador ainda é réu em dois processos por lavagem de dinheiro proveniente de propinas de pedágio e outros esquemas de corrupção.
A defesa de Richa informou apenas que vai se manifestar nos autos do processo.