Por Felipe Campinas, da Redação
MANAUS – Em entrevista coletiva, na tarde desta quinta-feira, 5, na sede do PSD, o senador e presidente do partido, Omar Aziz, anunciou que é pré-candidato a governador do Amazonas nas eleições gerais deste ano. O senador criticou o atual governador Amazonino Mendes e disse a relação dele com o prefeito Arthur Neto é de amizade.
O evento teve a participação apenas de filiados do PSD. O senador disse que não poderia dizer quantos e quais partidos já sinalizaram apoio a sua candidatura, mas informou que já está conversando com líderes de partidos em busca de alianças. “Isso só será divulgado no dia 4 de agosto”, afirmou.
“A minha relação com o Arthur é antiga. Ele tem toda liberdade e autonomia de escolher quem vai apoiar, independente se ele vai me apoiar ou não. Até porque eu também fui amigo do pai dele. Não tem ideia da importância que o Arthur Virgílio Filho tem para a sociedade. A minha relação com Arthur é, além de tudo, de amigo”, disse o senador.
O senador fez duras críticas ao governador Amazonino Mendes, principalmente, pelo contrato de R$ 5,6 milhões firmado com a empresa Giuliani Security & Safety, do ex-prefeito de Nova Iorque Rudolph Giuliani.
“Eu fiquei surpreso. Se pagou uma fortuna para que se viesse dizer o que nós já sabemos há muito tempo”, disse o senador, referindo-se à sugestão de Giuliani de que é preciso combater o tráfico de drogas na fronteira do Amazonas com o Peru e a Colômbia.
Omar Aziz foi o principal articulador da candidatura de Amazonino, em 2017, que na ocasião prometia fazer um mandato para “arrumar a casa” e entregá-la ao próximo governador em 2019. Na ocasião, Omar já pensava numa candidatura a governador em 2018, com o apoio de Amazonino que, vencendo a eleição em 2017, estaria com a máquina na mão. Mas o governador trabalha para se reeleger e possivelmente será adversário de Omar.
Questionado sobre a aproximação que Omar e Amazonino tinham e o que o diferenciava do governador, o senador respondeu: “Eu cumpro o que eu prometo. Isso me diferencia dele e de muitos outros”.
Ronda no bairro
Omar Aziz relembrou o projeto Ronda no Bairro, criado durante sua gestão como governador. Ele disse que foi o único governador que criou um programa para a segurança pública.
“Eu não tenho como criar proposta para a segurança pública sem ouvir os policiais. Eu criei o Ronda no Bairro. Agora está ultrapassado. Nós temos que aproximar cada vez mais a polícia da população. Eu fui o único governador que criou programas para a área da segurança pública”, afirmou. Ele citou, além do Ronda no Bairro, o programa Galera Nota 10, criado na gestão de Eduardo Braga, quando Omar era secretário de Segurança.
O pré-candidato criticou a autonomia de secretários na realização de contratos. “Nós vamos criar uma organização não governamental que terá todos os poderes para que não se tenha dúvida que tudo está se comprando”, disse.
Maus caminhos
Sobre a Operação Maus Caminhos, o senador disse que não tem nenhum grau de parentesco com o réu Mouhamad Moustafa, acusado de chefiar a organização criminosa que desviou cerca de R$ 120 milhões da saúde no Amazonas.
“Ache algum parentesco dele comigo e eu renuncio o meu mandato de senador e nem candidato a governo eu sou. Se eu fosse me beneficiar, teria sido nos 4 anos que fui governador. Por que eu iria beneficiar uma pessoa depois que eu saí do governo? As lógicas aparecem no tempo de Deus”, disse.
Ao falar sobre o arquivamento do inquérito que investigava o pagamento de propina na obra da Ponte Rio Negro, Omar afirmou que as acusações atingiram seus familiares. “Muitos amigos meus na época tinha noção do que aconteceu, inclusive minha mãe. Hoje ela não pode saber que eu estou sendo inocentado. Não é a dor do ataque, não é a dor que algumas pessoas por maldade colocam. É a dor pessoal, com teu filho na escola, com tua filha na escola sofrendo bullying: o pai é ladrão, a mãe não presta. é isso que não tem nenhum tipo de recuperação”
O senador disse que uma retratação nos meios de comunicação é pouco. “Uma nota na TV Amazonas, no jornal da Globo, dizendo: o Omar é inocentado, isso é muito pouco; ou uma nota no blog, isso é pouco para o que você passa”.
O senador disse que se não tivesse segurança de que é inocente não estaria comprometendo as pessoas que ali o acompanhavam.