Da Redação
MANAUS – O ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal, retirou o deputado federal Alfredo Nascimento (PR-AM) das investigações da Lava Jato por considerar que a denúncia contra o parlamentar feita por delatores não tem qualquer relação com esquema de propina envolvendo a Petrobras ou qualquer outra estatal ou órgão do governo federal no âmbito da operação comandada pelo juiz Sérgio Moro. “Sabia que uma hora a verdade iria aparecer. Nunca me envolvi ou pratiquei qualquer ilegalidade. Não conhecia os delatores e fui vítima porque, quando ministro dos Transportes, acabei com o cartel das grandes construtoras e paguei, e até hoje pago, um preço político e pessoal alto por isso”, desabafou Alfredo. Fachin também já havia retirado a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) do âmbito da Lava Jato.
O sustenta que a citação dos delatores “em nada se relaciona com o que se apura na referida operação de repercussão nacional”. O inquérito de nº 4443 foi encaminhado para a presidente do STF, ministra Carmem Lúcia, que o redistribuiu para o ministro Marco Aurélio Mello. “Estou feliz em ver meu nome fora da Lava Jato. E não vejo a hora de toda essa investigação terminar para ficar provada a minha inocência. Sei que nada fiz de ilegal e confio em Deus e na Justiça”, disse Alfredo.
O deputado apareceu na delação dos executivos da Odebrecht citado entre os políticos que teriam recebido recursos não contabilizados para a campanha eleitoral. Segundo a denúncia, em sua campanha para o Senado em 2008, Alfredo teria recebido R$ 200 mil da empreiteira a pedido do deputado mineiro Milton Monti, do mesmo partido do parlamentar amazonense. Em troca, a empresa teria facilidades em obras no Ministério dos Transportes. “O que aconteceu na verdade foi que eu acabei com o cartel dessas grandes empresas que há anos existia no Ministério e, por conta disso, os executivos decidiram me atacar. Tive minha vida vasculhada pela Polícia Federal e Receita Federal. Investigaram tudo e nada foi provado contra mim. Fui inocentado de todas as denúncias”, declarou o parlamentar.
No Inquérito, os delatores afirmam que tiveram uma reunião no gabinete do então ministro Alfredo quando foi solicitada a contribuição para a campanha. “Não conheço esses delatores e tenho em mãos provas de que nunca houve essa citada reunião. Não há registro dessa alegada reunião na agenda, que consta todas audiências e reuniões no Ministério. Vai ficar provado que eles mentiram”, garantiu.