SÃO PAULO – A Justiça atendeu a ação do “escola sem partido” e determinou a suspensão da regra do Exame Nacional do Ensino Médio para redações que desrespeitem os direitos humanos. Depois de uma sucessão de atrasos que o Brasil passou, esse detalhe surgiu hoje feito bomba nas mãos de quem luta por uma juventude mais consciente. A partir de agora o candidato estará livre para defender a tortura, a justiça com as próprias mãos e a incitação da violência motivada por questões de raça, gênero ou credo, entre outras, no texto a ser avaliado. Um meio de incentivar a violência e o preconceito em um país carente de informação e respeito. Um passo atrás de toda a luta, um verdadeiro cuspe na cara de quem já deu sua vida para uma sociedade mais justa e consciente. Se você não consegue imaginar um médico ou um advogado racista, preconceituoso, que defende a tortura e a ajustiça com as próprias mãos, agora precisará entender que poderá ser a realidade de mãos dadas com a justiça de um país injusto e cruel. A decisão é do desembargador federal Carlos Moreira Alves e anula o item 14.9.4 do edital Enem 2017, que atribuiria nota zero às redações que “que apresente impropérios, desenhos e outras formas propositais de anulação, bem como que desrespeite os direitos humanos, que será considerada ‘anulada'”. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), responsável pela prova, informou que ainda não foi notificado da decisão e, que caso isso ocorra, irá recorrer da decisão.