(Artigo censurado pelo jornal Diário do Amazonas*)
Nestas eleições para a Prefeitura de Manaus, havia tomado a decisão de votar nulo, no primeiro e segundo turnos. No entanto, mudei de ideia, fruto de uma reflexão mais apurada, e votarei em homenagem a Manaus.
Meu voto é de protesto, contra tudo o que fizeram contra a cidade. Manaus anda tão abandonada, tão maltratada, que dá pena, de cortar o coração de quem a ama de verdade. Suas ruas e avenidas, com calçadas raras, nunca estiveram em condições tão precárias, tão arrebentadas, verdadeiras pistas de tobogã, um tormento para os pedestres e proprietários de veículos automotores. O trânsito é caótico, dos mais pesados e congestionados do Brasil, em termos relativos, sem que nenhuma das soluções prometidas há quatro anos tenha sido implementada pela administração municipal. No longo período, nenhuma nova via e nenhum novo corredor foram abertos ao tráfego, a fim de suportar ou minorar o fluxo crescente de carros postos a circular todos os dias na urbe. No horizonte, nem ao menos qualquer sinalização no sentido do transporte de massa, com modais possíveis e conjugados, únicos capazes de resolver os graves problemas de locomoção urbana de grandes contingentes populacionais.
Desfigurou-se ainda mais o rosto da cidade e não há nenhuma obra digna de registro e muito menos de aplausos. A região central, com alguns remendos equivocados, tocados sem planejamento, o improviso indefectível, mostra-se em processo de franca e acelerada decadência urbanística. Não há integração do grande e tradicional comércio no Centro, instituído ao longo de muitos anos, com os prédios e monumentos que insistem em revelar a história de Manaus, como mal ou bem havia em nosso tímido passado de província. E, mesmo assim, nada se fez ou faz para alcançar esse propósito, nenhum projeto assentado valores culturais pretéritos, sólidos e respeitáveis, como forma de valorização do sítio que serviu de berço para o nascimento da cidade, entregue a predadores de várias origens e matizes.
Se os locais mais nobres e visíveis de Manaus encontram-se em estado lastimável, bem mais grave é a situação de suas áreas periféricas. Em seus bairros mais distantes, a desassistência é absoluta e a ausência do poder público é patente em todos os aspectos. A inexistência de saneamento básico, presente em assentamentos desordenados, com esgotos a céu aberto e valas negras, com a omissão em relação a serviços públicos primários, como direito elementar de qualquer habitante da cidade, dão o tom da irresponsabilidade e da falta de compromisso com os segmentos mais sofridos e desamparados da sociedade.
O quadro é dramático, em todos os setores da gestão pública, cuja relação é dispensável, porquanto bastante repisada e por isso mesmo tediosa. Manaus é uma cidade complexa, intumescida em dimensões intoleráveis, vítima de uma onda migratória permanente, na condição de polo de atração operada pelo modelo Zona Franca. Trata-se de uma singularidade que a torna extremamente vulnerável e dependente de recursos financeiros a serem aportados pelos governos estadual e federal, sem os quais é difícil ou impossível administrar o Município. Lá atrás, durante a campanha de 2012, esses óbices foram levantados e muito bem expostos, mas em nenhum momento considerados. Importava ganhar a qualquer preço a eleição, nem que para tanto a realidade fosse escamoteada, com o discurso fácil de que tudo a seu tempo se resolveria, ainda que em campo oposto ao poder central e a suas indispensáveis dotações. Ciente de que os empecilhos não seriam vencidos e sem admitir a candidatura alternativa, certamente pior, optei pelo voto nulo, que advogo como válido, desde que não haja outras possibilidades merecedoras do sufrágio confiável.
Bem, deu no que deu, na irremediável falência de projetos desde sempre irrealizáveis, sepultadas de vez as promessas eleitorais demagógicas, inviáveis e impossíveis de serem cumpridas. Assim, tinha-se que encontrar um bode expiatório: no primeiro momento, o governo federal e seus representantes, antigos inimigos e agora aliados; a seguir, o governo estadual e seus representantes, antigos aliados e agora inimigos. Extremamente frágil, como estratégia, a retórica não convence, apesar de dita e repetida com a conhecida e proverbial veemência, sobremodo porque jamais poderá justificar os graves erros e a inércia do mandato político municipal.
Diante de tantas razões, vejo-me votando em Marcelo Ramos e nele voto fundamentalmente pela alternância de poder. Salvo engano, e faço a ressalva em homenagem aos anos que já me são longos, ouvi de quem hoje disputa mais um mandato que jamais seria candidato à reeleição, presidido pela mesma preocupação que resolvo observar, da rotatividade nos cargos eletivos. De mais a mais, Marcelo é jovem, indica mudança. E, no albor da vida pública, pode guardar inspiração nos sentimentos que fizeram a nacionalidade tomar conta das ruas e praças do país, exigindo moralidade, ética n a política, honradez e operosidade no trato da coisa pública.
Estou apostando, vamos ver. Pelo menos, aqui nesta página e em outras tantas de ofício, vou cobrar.
————————-
* Artigo censurado pelo jornal Diário do Amazonas, sem qualquer justificativa, onde escrevo há muitos anos, fazendo com que deixe de publicar minha coluna semanal a partir de hoje no referido periódico.
Creio que foi deixado de fora da análise em questão que o atual prefeito Arthur Neto tomou posse para o periodo de 2013-2016. Esse periodo como todos sabem passou por momentos criticos na arrecadação municipal sem falar da falta de verbas federais contingenciadas ou congelas nos cofres do Tesouro Federal devido aos famigerados petistas.
Relembro que o prefeito não é omisso nas ações para o melhoramento da cidade nestes ultimos quatro anos que fidam daqui a dois meses.
Ressalte-se que antes dele ficaram a frente da Prefeitura de Manaus os seguintes criaturas: Amazonino Mendes (2009-2012);
Serafim Correa (2005-2008);
Luis Alberto Carijó (março de 2004 a dezembro de 2004);
Alfredo Nascimento (2001-2004);
Eduardo Braga (1994-2000);
Amazonino Mendes (1993-1994 – houve renúncia do mesmo entrando Luis Alberto Carijó;
Arthur Neto (1989-1993) ano que ele fez mais que os seus antessores por Manaus naquele periodo.
Como não levar em conta o desfavor que os seis últimos prefeitos anteriores não fizeram por Manaus (claro que um vez uma obra ou outra na verdade). O critério que não há é a falta de continuidade dos seis prefeitos que passaram pela cadeira do Paço Municipal.
Coitado do Arthur Neto que se esforça para fazer o básico lidando com serpentes de todos os lados nessa terra rica sim, mas mesquinha de homens briosos que se preocupem com os esgotos, os canos da cidade, das adutoras. Como cuidar de uma cidade liquidada pelo desprezo dos seus seis antecessores alienígenas que passaram pelo Paço e pouco fizeram e se fizeram foi de má vontade, com pouca ou nenhuma qualidade nos materiais e projetos usados!
A cidade não tem memória porque ela cresceu imensamente devido a migração constante chova ou faça sol na economia do Brasil. Manaus atrai por sí só, já que a mesma é única na Terra.
Dizer que o atual prefeito não faz nada é balela. Ninguém faz nada sem acordos, sem alianças (isto é fato). O que não pode ser perpetuado é o vilipêndio através do conchavo fácil que todos na cidade ouvem dizer mas ninguém admite que exista. O prefeito faz tudo dentro do possível certamente, e sem se dobrar as velhas raposas de sempre que graças a Deus e aos verdadeiros Manauaras estão afastadas da cadeira do Paço nestes últimos quatro anos e espera-se que outro alienígena com pele de cordeiro não sente-se ali por um bom periodo!
Foi censurado com razão . Em Manaus , a educação melhorou . Em 2013, a cidade estava na posição 20 e em 2015 na posição 9 . Artur Neto para os salários dos funcionários da prefeitura em dia , ao contrário dos governos de MG e RS que pagam parcelado . Por isso , vou de Artur dia 30