RIO DE JANEIRO – Mesmo com a arbitragem equivocada de Luís Antonio Silva dos Santos, o técnico Zé Ricardo evitou críticas diretas e reclamações contra o juiz, ao fim do empate do Flamengo com o Vasco, por 2 a 2, no Estádio Mané Garrincha, nesse domingo, 26. O treinador, contudo, admitiu o prejuízo, por se tratar de clássico. “Nos sentimos um pouco prejudicados por se tratar de um clássico de uma rivalidade grande, mas parabenizo nossos atletas pelo espetáculo. Infelizmente, a vitória não veio por aspectos não relacionados ao jogo”, disse o treinador.
No polêmico lance, Nenê tentou cruzar dentro da área e a bola acertou a barriga de Renê. O árbitro, porém, anotou a penalidade aos 47 minutos do segundo tempo. Na cobrança do pênalti, o próprio Nenê empatou o clássico. “A gente viu que não foi pênalti, ninguém precisou falar para mim. Nitidamente a bola bateu na barriga do Renê, não tinha dúvida nenhuma”, disse Zé Ricardo.
Para o técnico, a participação de Renê no lance que causou o empate não tira os méritos do lateral na partida. “Isso não muda em hipótese nenhuma a avaliação que nós temos do atleta. É um jogador extremamente dedicado, que está muito bem na posição. A evolução do Renê é nítida. Melhor para o Flamengo, que certamente terá um atleta sempre motivado buscando a sua condição”, declarou.
Outro atleta que mereceu elogios do treinador foi Marcelo Cirino que voltou ao time após 50 dias. Ele entrou em campo no decorrer do clássico. “Sabemos que o Marcelo é um jogador que tem qualidades específicas que são muito importantes para o futebol de hoje. Ele está muito motivado com essa nova oportunidade que está tendo no clube. Enquanto ele estiver aqui, segundo suas próprias palavras, ele vai se doar ao máximo. Vai depender única e exclusivamente do dia a dia dele para mostrar que pode voltar a ser titular da equipe”, disse o técnico.
Falha técnica
Milton Mendes, do Vasco, minimizou o erro decisivo cometido pelo árbitro Luís Antônio Silva dos Santos. Para o treinador vascaíno, a falha é compreensível porque ele também acreditou que havia ocorrido a penalidade, nos minutos finais da partida disputada no Mané Garrincha, em Brasília. “Os árbitros, como nós todos, são seres humanos, suscetíveis a erros”, disse Mendes, que assumiu a equipe na semana passada.
Por causa do erro, tanto o juiz quanto o auxiliar Daniel do Espírito Santo Parro foram suspensos por tempo indeterminado pela Ferj.
“Naquele momento em relação ao tempo, propriamente dito, todos nós achamos que foi. Ficou a ideia no estádio inteiro de que tinha sido pênalti. Quando se recorreu aos vídeos, que ainda não estão em ação no futebol… De onde estava, eu achei que era. Achei que todas as pessoas do estádio também acharam. Errar é humano”, comentou Milton Mendes.
Em início de trabalho, o técnico elogiou a postura dos jogadores do Vasco, em seu primeiro clássico. “Todos sabem que clássicos são decididos nos detalhes e nossa equipe foi muito valente. Nossos meninos foram machos. Encaramos o jogo. Fiz algumas mudanças, colocando o Thalles e o Manga para mostrar para eles que queríamos buscar o jogo. Fomos felizes. A base da nossa casa chama-se comprometimento em todas as nuances do jogo”, exaltou.
Apesar do empate conquistado com um erro do juiz, Milton Mendes disse que sua estratégia no clássico teve sucesso. “Nossa estratégia era fechar os dois homens de lado, Renê e Pará, que vêm na paralela e abrem espaço para os dois jogadores que entram. Não gostamos de marcar homem a homem, mas hoje fizemos isso. Nossos extremos tinham a incumbência de marcar os laterais onde era o ponto forte deles. Conseguimos anular com maestria”, disse.
(Estadão Conteúdo/ATUAL)