Da Redação
MANAUS – Os policiais civis do Amazonas decidiram, em assembleia na noite desta quarta-feira, 18, que reuniu aproximadamente 600 policiais, entrar em greve na próxima quarta, 25, para pressionar o governo a pagar o reajuste salarial previsto na Lei do Escalonamento (Lei Estadual nº 4.059/2014), que constava na previsão orçamentária para 2017, mas foi retirada das prioridades de pagamento com pessoal deste ano. Os policiais também cobram promoções e aumento de benefícios como vale-alimentação.
Em dezembro, os policiais promoveram paralisações de advertência suspendendo o atendimento ao público em delegacias. “Nós demos um prazo para o governo do Estado e não houve nenhuma proposta oficial para o pagamento desse escalonamento. Por isso, a mobilização é por uma greve geral. Como se trata de serviço essencial à sociedade, nós vamos dar mais um prazo de 72 horas para comunicar as autoridades e à sociedade” disse o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Amazonas, Moacir Maia.
Conforme Moacir, o governo informou que não tem como cumprir a lei. “Eles tinham que pagar esse escalonamento em quatro parcelas e essa seria a terceira, agora em janeiro, mas o governo disse que não vai cumprir. E isso irritou a categoria”, disse.
O sindicalista disse que os policiais perderam benefícios. “No ano passado, foi retirado o vale-alimentação dos policiais e não tivemos data-base salarial que está atrasada há dois. Mesmo assim, os policiais fizeram seu trabalho. Tanto que em 2016 nós tivemos o maior índice de apreensão de drogas da história do Amazonas. Todos os crimes de maior repercussão da cidade foram elucidados pela PC. Então, mesmo com as dificuldades nós trabalhamos motivados esperando que em 2017 viesse o escalonamento. E não veio”, declarou.
Moacir disse que a atividade em Manaus está cada vez mais perigosa. “O serviço que desempenhamos é extremamente estressante, pois colocamos nossa própria vida em jogo. Tivemos vários colegas que foram mortos por bandidos. Trabalhamos numa linha tênue entre o bem e o mal. O policial tem que está motivado e essa lei era uma motivação que nós tínhamos. Queremos que o governo cumpra o que está acordado na lei”, disse. “As promoções de classe nos possibilitam uma melhoria financeira, uma motivação a mais e a pessoa cada vez mais melhora os serviços que prestam. Pedimos que o governador apresentem uma proposta oficial para equalizarmos os problemas da categoria”, disse.
Em caso de greve, os policiais manterão apenas os serviços de registro de flagrante. “Vamos suspender atividades como emissão de carteira de identidade, boletim de ocorrência, investigações em geral, abertura de inquérito. Todos esses serviços serão suspensos”, disse Moacir. Segundo ele, o movimento de paralisação pretende envolver 100% dos policiais, hoje um efetivo de 2,5 mil servidores em todo o Estado.