Por ocasião passagem de aniversário de Severiano Mário Porto, na semana passada, aproveito para lembrar um pouco da obra daquele que seguramente é o mais amazônico dos arquitetos que atuaram na região.
Nascido em 19 de fevereiro de 1928, em Uberlândia, Minas Gerais, Severiano Mário Vieira de Magalhães Porto partiu cedo, aos 5 anos de idade, acompanhando a família, para o Rio de Janeiro, onde se formou arquiteto pela antiga Universidade do Brasil, em 1954.
A obra de Severiano, ajustando-se equilibradamente ao ambiente regional, no qual viveu por mais de 36 anos, fala por si mesma e se constitui em modelo de arquitetura ecoeficiente. Constam no rol de projetos de sua autoria que tomaram feição concreta:
- 1965 – Estádio Vivaldo Lima, Manaus;
- 1967 – Restaurante Chapéu de Palha (já demolido);
- 1969 – Edifícios como a sede da Petrobrás;
- 1971 – Sede da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), Manaus;
- 1971 – Residência do Arquiteto, Manaus;
- 1973 – Campus em Manaus da atual Universidade Federal do Amazonas;
- 1983 – Centro de Proteção Ambiental de Balbina, Presidente Figueiredo;
- 1979 – Pousada dos Guanavenas, Ilha de Silves;
- 1992 – Parque Ponta Negra, Manaus;
- 1994 – Sede da Aldeia Infantil SOS (ONG vinculada à Unesco);
- Escola de madeira pré-fabricada Elizabete Rodrigues de Campos;
- Sede do Tribunal Regional do Trabalho (TRT);
- Sede do Fórum de Justiça Henoch Reis.
Ao associar o conhecimento resultante da experiência como morador de beira de Igarapé, em casa de madeira, onde residiu com a família em Manaus, e as contemporâneas técnicas de construção, métodos e materiais, Severiano Mario Porto soube conciliar magistralmente tradição e modernidade, produzindo uma singular arquitetura regional, de alto nível e belo padrão.
Muitos de seus projetos regionais, ambientados na Amazônia, foram premiados e obtiveram reconhecimento nacional e internacional, tendo merecido homenagens e prêmios do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), da Bienal Internacional de Arquitetura de Buenos Aires (1985) e da revista francesa L’Architecture d’Aujourd’hui (1987).
O modelo de arquitetura regional concebido e desenvolvido por Severiano Mário Porto continua sendo a referência maior quando se trata de discutir uma arquitetura ambientada na Amazônica, em especial numa perspectiva distinta dos padrões coloniais e eurocêntricos anteriormente predominantes.
Pela relevância singular do padrão de arquitetura amazônica que criou e conseguiu implantar no conjunto de sua vasta obra, é muito justo e meritório o título de “Arquiteto da Floresta”, que se confere a Severiano Mário Porto.
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Fomos aamigos na adolescência
Ou, estou enganado?
Nasci a 5 de março de 1930 e me formei em Medicina em 1956. Fiz minha carreira na Marinha do Brasil
Tomara que seja você!
Abraços