Por Ana Carolina Barbosa, da Redação
MANAUS – O número de medicamentos distribuídos gratuitamente à população de Manaus pela rede pública de saúde do município passou de 23,3 milhões de unidades em 2014 para 49,3 milhões em 2015, representando um aumento de 111,2%. Os remédios para diabetes e hipertensão, doenças consideradas crônicas, representam 88,92% da quantidade distribuída pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa).
Segundo o secretário da Semsa, Homero de Miranda Leão, o aumento da procura pelos medicamentos nas farmácias da prefeitura se deu, principalmente, por três fatores: a ampliação da rede de farmácias gratuitas (passando de nove, em 2012, para 33, neste ano), horário estendido de atendimento em alguns locais de distribuição onde são registradas as maiores demandas (de 17h para 21h) e a crise econômica que deixou parte da população desempregada, fazendo com que essa parcela passasse a procurar os medicamentos gratuitos.
“Eventualmente, enfrentamos alguns problemas de falta de certas medicações por ausência de matéria-prima para produção, o que acontece em todo o mundo, e também por conta de empresas que não conseguem cumprir o contrato de fornecimento de medicamentos e acabam ficando inidôneas junto ao poder público”, declarou Homero.
Ele disse que esse tipo de problema obriga o município a realizar novos processos licitatórios. “Mas estamos conseguindo garantir, na maior parte dos produtos distribuídos gratuitamente, o abastecimento regular, a partir de uma forma dinâmica de recomposição do estoque que leva em conta o planejamento e a programação orçamentária”, explicou o secretário.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, só este ano, 54,7 milhões de unidades já deram entrada na rede para distribuição, 69,1% do total dispensado em todo o ano passado, quando foram distribuídos, aproximadamente, 79,3 milhões entre comprimidos, frascos e ampolas.
O aumento na distribuição exigiu mais investimentos por parte da Prefeitura de Manaus, que empregou, via Semsa, em 2014, cerca de R$ 14 milhões, só na aquisição deste tipo de produto. Este ano, a previsão é que sejam aplicados, até dezembro, R$ 33 milhões.
Os medicamentos distribuídos são corticosteróides (utilizados comumente no tratamento de alergias, entre outras enfermidades) e medicações para o tratamento de doenças como as respiratórias (asma e rinite), gota, hiperplasia prostática benigna, osteoporose, parkinson, saúde mental, tireoide e hipertensão e diabetes. O aumento no número de unidades distribuídas se deu, entre outros motivos, pela inclusão recente de 43 itens na relação municipal de medicamentos essenciais.
Atualmente, a relação padrão municipal de medicamentos possui 164 itens. A maior parte deles disponível nas 33 farmácias gratuitas da Semsa e, os demais, nas próprias unidades de saúde da rede básica.
Além das farmácias públicas do município, as UBSs (Unidades Básicas de Saúde) também realizam a distribuição de medicamentos.