MANAUS – A Câmara Municipal de Manaus (CMM) realizou hoje, 20, uma Audiência Pública para debater o que prevê o Plano de Ação Nacional para Conservação do Sauim-de-Coleira (PAN Sauim) 2018 – 2023. O evento aconteceu no auditório Zanny Reis e reuniu ambientalistas, pesquisadores, acadêmicos e envolvidos na causa.
O responsável pela realização da audiência em conjunto com a Comissão de Meio Ambiente da casa, foi o vereador Professor Gedeão Amorim (PMDB), que ressalta a importância do engajamento do parlamento e da população para ações ambientais como esta. “O ato de realizar esta audiência é uma forma de chamar a atenção da sociedade para este embate, precisamos cuidar do que é nosso e chamar todas as entidades para dar apoio a causa” relata o parlamentar.
O plano de ação 2018 – 2023 do Sauim foi apresentado pelo analista ambiental do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e veterinário, Diogo Lagroteria. O novo projeto prevê principalmente um pacto com a sociedade para a conservação da espécie, sensibilizando a população, mobilizando esforços e apresentando para a sociedade o Sauim, animal que é símbolo da cidade de Manaus.
“É uma espécie que só existe na nossa região e mesmo assim a gente percebe que as pessoas desconhecem o sauim-de-coleira na cidade, desconhecem as ameaças a esse animal e principalmente a situação crítica na qual ele se encontra. Em 18 anos, houve uma redução de pelo menos 80% da espécie”, conta Diogo.
Corredor Ecológico
O debate discorreu também sobre a mudança de cenário na cidade, com a proposta da construção do Corredor Ecológico Sauim-de-Coleira lançada ontem, 19, pela Prefeitura de Manaus, que consiste em interligar de forma contínua o Corredor Ecológico do Igarapé do Mindu, na Zona Centro-Sul de Manaus até a Reserva Adolpho Ducke, na Zona Norte da cidade, unindo várias áreas que foram devastadas ao longo dos anos.
A ambientalista, Erika Schloemp, que estava participando da audiência, ressaltou também outro grande problema que prejudica a preservação do Sauim, que são as construções em áreas verdes dentro da cidade. “A prefeitura precisa parar de licenciar obras de postos de gasolina, shoppings, supermercados e qualquer outro estabelecimento em áreas em que reside a espécie, cada nova construção representa a perda de mais animais” critica a ambientalista.
PAN-Sauim
Os planos de ação são ferramentas de conservação que têm um período de duração de cinco anos. No decorrer da audiência também foram apresentados os resultados do ciclo 2011 – 2017. “Estabelecemos esse tempo justamente para a gente poder programar, avaliar e corrigir o que não funcionou bem. Estamos discutindo quais os próximos objetivos do plano de ação e quais as ações mais prioritárias para os próximos cinco anos”, afirmou.
Entre as várias autoridades presentes estavam: o deputado estadual, Luiz Castro (Rede), presidente da Comissão do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa do Estado; a doutora Rita Mesquita do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa); o professor e pesquisador da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Marcelo Gordo; o coordenador do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Leandro Jerusalinsky e do departamento de áreas protegidas da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas), Marcio Lima.