MANAUS – O deputado Hissa Abrahão, em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira, 19, afirmou que sua vontade é continuar no PDT pela “história política do partido, e pela consciência ideológica dele”, mas afirmou que se ficar fora das eleições deste ano “não é o fim do mundo”. Ele quer ser candidato a prefeito de Manaus, mas está prestes ser expulso do PDT, partido ao qual se filiou há um mês, por ter votado a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, no último domingo, contrariando orientação do PDT.
Na segunda-feira, 18, o PDT, divulgou nota comunicando que vai expulsar Hissa Abrahão e mais cinco parlamentares que votaram a favor do impeachment. “A eleição deste ano ela não é o fim do mundo. Eu vou lutar para ser candidato a prefeito, como eu venho lutando, e, caso eu não consiga, eu vou avaliar aquele candidato que possa ou que tenha um projeto bom para Manaus e no momento oportuno vou anunciar esse apoio”.
Ao tentar justificar o voto no impeachment, Hissa afirmou que a posição dele é contrária à do partido, mas ponderou que desde que começou a discutir com o PDT a filiação dele, a direção sabia de seu posicionamento. “Quando eu iniciei no partido, os lideres estavam cientes da minha convicção ideológica, e eu das deles. E o meu ‘sim’ no processo de impeachment foi com base nos meus princípios”, afirmou o deputado.
Segundo ele, por esse motivo, o PDT não deverá tomar a decisão de expulsa-lo. Ele disse que vai se defender no processo aberto pela direção nacional e que tem convicção de que com o diálogo possa haver entendimento e ele possa disputar as eleições deste ano pelo partido.
O parlamentar afirmou que ainda não recebeu comunicado oficial do PDT. “Mas já estou encaminhado com as questões jurídicas. Meu advogado e eu já conversamos e estamos preparados quando isso acontecer”. Quando questionado sobre os argumentos que constarão na sua defesa, o deputado afirmou que não irá manifesta-los antes de ser comunicado oficialmente pelo seu partido.
Hissa Abrahão afirmou que não descarta a possibilidade de retornar ao PPS, sem antigo partido, caso seja expulso do PDT. No entanto, a mudança de partido não lhe garantiria participação nas eleições deste ano, devido o prazo de filiação partidária – 6 meses antes do primeiro turno. Portanto, para participar da disputa, o candidato precisava estar filiado até o dia 2 de abril, de acordo com o calendário do Tribunal Superior Eleitoral.
Nesse período em que está filiado do PDT, Hissa foi acusado por líderes do PPS de fazer a migração “na calada da noite” sem comunicar a liderança. Nesta terça-feira, 19, o PPS regional divulgou nota em que rechaça a possibilidade de retorno do deputado à legenda. A nota é assinada pelo presidente estadual, Guto Rodrigues, pelo presidente municipal, Edinaldo Souza, e pelo coordenador da Juventude do PPS, Manoel Almeida.
Confira trechos da entrevista: