MANAUS – O governador José Melo (Pros) disse, nesta terça-feira, 3, depois de fazer a leitura da mensagem que marca a abertura dos trabalhos na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (ALE), que vai cortar de 15% a 20% dos cargos comissionados. O número de cargos que devem desaparecer está entre 800 e mil, segundo o secretário chefe da Casa Civil, Raul Zaidan. “Os cargos comissionados e de confiança, que são secretários, subsecretários, diretores presidentes e outros da administração indireta, são 5 mil, aproximadamente. Ele (Melo) fala em cortar 20%, deve-se alcançar mil cargos”, afirmou o secretário.
O corte será feito a partir da reforma administrativa, que vai extinguir secretarias ou fundi-las a outras pastas. Os projetos de lei com as mudanças na administração devem ser encaminhados à ALE nesta quarta-feira, 4.
Melo disse que não tinha informação sobre todas as mudanças que seriam realizadas no primeiro escalão do governo. Segundo ele, depois do compromisso na ALE ele iria para a Casa Civil tomar conhecimento da proposta de reforma administrativa, formatada por uma equipe coordenada pelo secretário Zaidan e sob a batuta de Evandro Melo, irmão do governador. Questionado se não teria participado das discussões sobre a reforma, Melo respondeu: “Eu dei as linhas gerais e agora vou analisar a proposta que foi feita pela comissão.
Índios sem apito
Uma das pastas que serão extintas é a Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind). De acordo com Zaidan, ela vai se transformar em um departamento da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, que atualmente é responsável pelos presídios. “As políticas não serão extintas. Você vai acabar com um órgão que termina como secretaria, mas vai se transformar em um departamento. A política continua, só que com uma estrutura mais enxuta”, afirmou.
O governador José Melo confirmou a permanência do secretário de Educação, Rossiele Soares, no cargo, mas evitou falar sobre mudanças em outras secretarias. Questionado se mexeria no comando da Comunicação, que está sob a responsabilidade da jornalista Lúcia Carla Gama, Melo desconversou. “Comunicação é o seguinte… Hoje é que eu vou olhar o projeto de reforma que me foi apresentado. Eu não quero acabar com nada, quero aprimorar. Mas uma coisa é certa: eu não posso continuar com uma estrutura de custo de pessoal que eu tenho hoje. Vai ter que ter sacrifício de todos os lados, não será só uma área não”, afirmou.
Sidney na Sepror
O deputado Sidney Leite (Pros), que atuou como líder do governo na Assembleia até o início deste ano, f0i confirmado como secretário de Estado de Produção Rural. O parlamentar disse que vai se licenciar do cargo de deputado para assumir a pasta que foi comandada pelo PCdoB desde o segundo governo de Eduardo Braga, em 2007.
Leite estava reticente em assumir a pasta porque avaliava que Sepror tinha um orçamento insuficiente para os trabalhos que precisavam ser realizados no setor primário. Durante a leitura da mensagem, o governado disse que vai, ainda este ano, aumentar o orçamento da secretaria. Questionado se a aceitação do cargo tinha relação com o aumento de recursos anunciado pelo governador, Sidney Leite apenas sorriu.