MANAUS – O ex-governador Amazonino Mendes (PDT), candidato a governador do Amazonas na eleição suplementar, voltou a criticar a decisão do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, que na semana passada suspendeu o processo eleitoral no Estado. Ele criticou o Judiciário brasileiro e disse que, “do ponto de vista institucional, o Brasil é uma criança”. Foi durante uma entrevista ao Portal do Holanda, de Manaus, nesta terça-feira, 4. Na semana passada, ele já havia lamentado a decisão do ministro, em vídeo divulgado nas redes sociais.
Amazonino afirmou que a suspensão do processo eleitoral causou uma confusão desnecessária ao Estado, gerou incerteza, insegurança do direito e das leis. “A gente percebe do ponto de vista institucional que o Brasil é uma criança. Deixa muita a desejar. O poder judiciário é o poder por excelência que regula a sociedade, as relações das pessoas. No Brasil, é invertido. De repente, o poder judiciário, através de um tribunal superior, numa votação expressiva de 5 a 2, dá uma decisão. Aí um outro membro de um tribunal superior, sozinho, de forma monocrática, cassa a decisão. Isso estabelece uma confusão desnecessária”, afirmou.
Apesar da crítica, ex-governador disse que seria pior sem a Justiça. “Não é tão satisfatória a Justiça dessa forma, mas é pior sem ela. Temos que aguardar a decisão”, disse.
Criador e criatura
Durante a entrevista, Amazonino lembrou do ex-governador Gilberto Mestrinho, responsável por colocá-lo na vida pública. “Ele me conhecia da época da juventude, antes do golpe (de 1964). Eu era líder estudantil. Lembro-me que ele (Gilberto) voltou dois anos antes anistia, construiu a eleição dele. subindo e descendo barranco. Eu já estava no ramo empresarial e fui advogar para a campanha dele. Ele, eleito governador, me surpreendeu convidado para eu ser prefeito (de Manaus). Recusei. Mas ele ponderou. A vocação era tão grande e a pressão política no espírito era gigantesca que eu voltei e fechei. Devo a ele. Devo a ele muita mais”, disse.