Da Redação
MANAUS – Em nota divulgada neste sábado, 10, em sua página no Facebook, o prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB), negou ter recebido propina da construtora Odebrecht, conforme disse, em delação premiada na Operação Lava Jato, o ex-diretor da empreiteira Cláudio Melo Filho. LEIA A DELAÇÃO NA INTEGRA.
Na delação, divulgada pela revista Isto É, Cláudio Melo cita políticos que recebiam dinheiro da empresa e eram identificados por códigos. Arthur, segundo Melo Filho, era o ‘Kimono’ em referência ao jiu-jítsu, esporte que o prefeito gosta de praticar. Segundo o ex-diretor, a Odebrecht deu R$ 300 mil a Arthur. O prefeito de Manaus diz que recebeu apenas R$ 80 mil em doação legal de campanha.
Na parte da delação em que cita o prefeito, Melo Filho disse: “Ex-líder do PSDB, político importante, atual prefeito de Manaus/AM, sabia, caso eleito – o que não ocorreu – certamente seria um parlamentar de expressão no Congresso Nacional, o que justifica o pagamento a pretexto de contribuição de campanha, do qual participei como mensageiro da Odebrecht, pois não tinha relação de proximidade com esse agente político”. Confira o trecho da delação em que Arthur é citado.
Na época, em 2010, Arthur disputou a reeleição para o Senado, mas não foi eleito. Conforme o delator, a Odebrecht considerava o tucano um parlamentar influente no Congresso. Arthur foi líder do governo de Fernando Henrique Cardoso no Senado. Leia a íntegra da nota divulgada por Arthur.
“Recebi, de modo legal e com o devido registro na Justiça Eleitoral, R$ 80 mil, a título de colaboração da empresa Odebrecht, através de sua subsidiária Leyroz de Caixias Indústria, Comércio e Logística, para a minha campanha de 2010 para o Senado. Essa é a verdade única. Daí porque recebi, surpreso e revoltado, a notícia de que o delator Claudio Melo teria me citado como suposto beneficiário de R$ 300 mil nessa mesma eleição. Lembro que, em março deste ano, ‘vazou’ outra lista, daquela vez me atribuindo R$ 100 mil e misturando doações legais com aquelas feitas à margem da legislação eleitoral. Vejam o despropósito: R$ 100 mil ou R$ 300 mil? Por que a perniciosa confusão de números, quando a verdade inescapável é que a empresa me destinou R$ 80 mil dentro da lei?
Vamos aos fatos. Fui deputado federal e senador por 20 longos anos e nunca apresentei uma emenda sequer ao Orçamento, que beneficiasse a Odebrecht ou outra empresa qualquer. Jamais um discurso que procurasse justificar a destinação de recursos para alguma obra tocada por essa empresa. Nunca qualquer tentativa de ajudá-la, enfiando ‘jabutis’ em medidas provisórias, até porque minha atuação parlamentar, bem ao contrário, sempre se marcou por denunciar manobras orçamentárias espúrias, advocacia administrativa e deformação de medidas provisórias.
Fui líder e ministro do governo Fernando Henrique por quatro anos e nunca prestei qualquer ‘serviço’ à Odebrecht ou a nenhuma outra empreiteira. Entrei e saí desses postos de cabeça erguida, sem sofrer questionamentos de ordem moral. Fui líder do PSDB no Senado, durante oito anos, em oposição ao presidente Lula da Silva. O número e a qualidade dos senadores oposicionistas estabeleciam a possibilidade real de influenciar nas votações e decisões da Casa…e nunca constou da minha agenda trabalhar a favor de empreiteiras, porque minha atuação visava à economia brasileira como um todo e não a particularismos suspeitos.
Sou prefeito de Manaus pela terceira vez. E nas minhas gestões, a Odebrecht jamais construiu um único centímetro de meio fio. Nunca trabalhou comigo ou para mim, ao longo dos meus 38 anos de vida pública.
O próprio delator, no pequeno trecho em que me citou, admite não ter intimidade comigo e que a tal contribuição de R$300 mil se deveria ao fato de ser eu ‘um parlamentar influente’. Não me relacionou a qualquer demanda de sua empresa, que tivesse contado com minha simpatia. E a verdade é que são mentirosas tanto a quantia que citou, quanto a forma de transferência do dinheiro, porque a realidade, que faço questão de repetir, é que recebi R$ 80 mil legais, transparentemente declarados à justiça eleitoral.
Tento enxergar para além da pura e simples inclusão do meu nome, sem nenhum destaque, nessa lista de centenas de figuras, que vão do presidente da República a ministros e do governador de São Paulo a pessoas públicas com mandato ou não. E a conclusão a que chego é que a direção da Odebrecht, essa capitã do ‘petrolão’ e de toda a corrupção daí derivada, bem pode ser a tentativa final de melar a operação Lava Jato.
Afinal, misturando alhos com bugalhos e apresentando uma lista infindável de nomes, com ou sem ligação real com os acontecimentos delituosos, certamente aumentará em muito o tempo de avaliação dos fatos pelo STF, levando culpados reais a se beneficiarem da prescrição e, portanto, a se livrarem da dureza de condenações com consequências práticas imediatas.
Para mim, o mais relevante é defender meu nome e minha trajetória política, indo sem subterfúgios, à opinião pública. Mas anunciando também que processarei o sr. Claudio Melo e a empresa Odebrecht, no criminal e no cível, completando uma primeira etapa de reação a um quadro intolerável de difamação e perversa leviandade.
Um bom fim de semana a todos”
É mentira desse Cláudio Melo.
Mentira do artur vc quer dizer!
Valeu Artur! Tirou nossas duvidas ao se defenser. Tem gente grande querendo te derrubar. Cabeca erguida. Com temor a Deus seras Abencoado.. Um abraco..
Me respondam uma coisa.porque um politico recebe uma doaçao de 80 mil assim do nada? Mesmo que tenha sido oficial é uma coisa muito estranha!porque eu mesmo nao dou um centavo pra politico nenhum!