Vamos começar pelo dia anterior. O jogo Brasil e Bolívia da nossa seleção olímpica. Uma tragédia anunciada. Onde estava o padrão de jogo de uma seleção que voltará a encantar o mundo? Qual o jogador que mostra um “algo mais” durante qualquer fase do jogo? Onde está um toque de bola que se espera?
A nossa seleção olímpica é um amontoado de jogadores que não se sabe para que estão reunidos.
E no sábado?
Brasil e Argentina começaram o grande clássico mundial com “Los Hermanos” mostrando que estão, pelo menos, quatro anos à nossa frente. A Seleção Brasileira de Futebol, a nossa querida “Amarelinha” não existe. A vitória sobre a Argentina serve para esconder, de novo, algumas coisas do novo padrão de futebol:
- A Seleção brasileira não sabe usar laterais e muito menos alas.
- A Seleção Brasileira não sabe compactar seus jogadores quando atacada.
- A Seleção Brasileira não sabe usar o central e o quarto-zagueiro.
- A Seleção Brasileira continua jogando com o centroavante muito isolado.
- O famoso toque de bola da nossa Seleção está ultrapassado há duas décadas. Quando forçam o passe curto e rápido, os jogadores erram em demasia.
- Quando o nosso centroavante fica frente a frente com o zagueiro adversário, o nosso artilheiro não sabe o que fazer. Apenas o Neymar sabe, e está, a cada dia, mais longe da área.
- A Seleção Brasileira é a mesma e com um técnico pior do que na sua primeira e péssima passagem pelo selecionado.
Aos adoradores do futebol, seja brasileiro ou espanhol, vale lembrar as palavras do Cruiyff, grande técnico e jogador holandês, ao retirar-se dos jogos do Brasil na Copa da África do Sul:
- Estou saindo para não ver o que fizeram com o melhor futebol do mundo. Eles treinam o que nós erramos e não fazem nada do que nós imitamos de bom deles.
Vamos pensar juntos pelos nossos treinadores. O que fazem:
- Luiz Gustavo, dispensado do Bayern por deficiência técnica.
- Oscar, quando ainda temos o Kaká.
- Tardelli, quando temos o Robinho.
- William, quando temos o Ganso, que sempre jogou bem ao lado de Robinho e Neymar.
Enfim, 120 dias nos separam dos 7 x 1, que sabemos, poderia ser 12 x 0 ou 13, e nada de novo na nossa Seleção. Até os 2 x 0 sobre a nossa vizinha Argentina, em amistosos, não quer dizer nada.
Há um novo engano a ser perpetrado através dos nossos jogadores veteranos, e, alguns, com direito a microfones e câmeras, para se imortalizarem nas suas posições:
“Não há necessidade de correr muito, basta entender os atalhos que o futebol nos oferece e que nós entendemos por sermos mais maceteados”.
O Schweinsteiger, alemão, correu dezesseis quilômetros na final contra os argentinos; seus companheiros o acompanharam e, além de conhecerem os atalhos muito melhor que nós, jogaram e correram demais.
Naquele jogo só quem fez atalho foi o “árbitro” e saiu do Maracanã para o soro.
——————————
Roberto Caminha Filho, economista, nacionalino, será alemão na próxima Copa. Para tanto, basta o Dunga e seus anões continuarem na minha seleção.