‘Não tem conversa de querer colocar a faca no pescoço do governo’, diz Lima sobre Garantido

Do ATUAL

MANAUS – O Garantido tem o compromisso de colocar o boi na arena, independente se isso vai ser com o atual presidente, com o próximo ou com interventor. Quem disse isso foi o governador Wilson Lima (União Brasil), em entrevista à Rádio Rios FM, nesta segunda-feira (19).

Lima se manifestou após o presidente do Boi Garantido, Antônio Andrade, ameaçar não participar do evento, mesmo após receber R$ 5 milhões do governo estadual – o Boi Caprichoso recebeu o mesmo valor. As duas agremiações também recebem dinheiro de patrocinadores.

“Então, o festival vai acontecer e o festival vai ser realizado. O Garantido tem o compromisso de colocar o boi na arena. Se vai ser com o atual presidente, com o próximo presidente ou interventor ou quem quer que seja, o festival vai acontecer como manda a tradição e o governo do estado vai fazer com que isso seja cumprido”, disse o governador.

Wilson Lima também afirmou que não aceita que a direção do Garantido ameace e coloque “a faca no pescoço do governo”, como tentou fazer o presidente do Garantido, Antônio Andrade, nesta segunda-feira.

“Não tem desculpa para não realizar o festival este ano. Não tem essa história de dizer: ‘ah, não deu pra fazer’. E não tem essa conversa de querer ameaçar o governo, de querer colocar a faca no pescoço do governo. Esquece, que isso não vai acontecer. O governo já fez a parte dele. Nós trabalhamos de forma antecipada. Antecipamos recursos para o Garantido”, disse Lima.

Em ofício enviado ao secretário de Cultura do Amazonas, Marco Apolo Muniz, Andrade disse que tinha duas opções: fazer a apresentação “com sérias dificuldades de naturezas diversas, principalmente financeiras” ou pagar os trabalhadores “envolvidos na construção do Boi 2023”. Ele comunicou que escolheu a segunda opção. E deu o prazo de dois dias para que o governo injetasse mais dinheiro na conta da agremiação. Caso contrário, não haverá apresentação.

A ausência do boi na arena tem forte potencial de prejudicar o evento, cuja estrutura custa milhões aos cofres públicos, com efeitos ao setor privado e a milhares de pessoas que compraram passagens e pagaram hospedagens para as noites de apresentação.

A expectativa do governo é que o festival tenha público maior este ano. “Ano passado nós fizemos um grande festival. Foi o maior de todos os tempos. E pelo que já foi vendido de passagem aérea, de aluguel de casa, de compra de ingresso, enfim, da quantidade de gente que está indo para Parintins, esse ano vai ser muito superior do que o ano passado”, disse Wilson Lima.

O governador afirmou que “o festival vai acontecer como manda a tradição” e que “o governo do estado vai fazer todos os esforços, tudo o que for necessário, para que esse ano, mais uma vez, seja um grande festival”.

Ao ser questionado sobre intervenção na agremiação ou ação judicial contra a diretoria, Lima disse que apenas sócios podem decidir sobre a questão. Mas o governador lembrou que o Boi Garantido recebeu dinheiro público.

“Essa questão, por exemplo, de diretoria, se vai ter intervenção ou não no Boi-Bumbá Garantido, não compete ao Governo do Estado fazer isso e nem acionar judicialmente. Quem tem que decidir isso é a diretoria do Boi Bumbá Garantido, são seus sócios que têm que decidir isso. Mas o governo do Estado aportou recursos lá, tem dinheiro do povo do Amazonas”, afirmou Lima.