MANAUS – De acordo com estudos publicados pelo biogeoquímico Antonio Nobre, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), a floresta amazônica, por conta de seu desmatamento e degradação, já começa a falhar em sua função de regular o clima da América do Sul.
Em seus relatórios, encomendados por ONGs ambientalistas com trabalhos na região amazônica, o cientista afirma que a floresta dá sinais de desgate em sua missão de “bombear” a umidade do oceano para o interior da América do Sul. E este papel de “bomba d’agua biótica” que a Amazônia exercia, está entrando em pane.
A principal consequência desse colapso são as irregularidades das chuvas. E as decorrências destas anomalias se estendem por todo continente sul-americano. As secas que atingem o Sudeste, por exemplo, podem ser reflexo destas alterações.
Os estudos de Nobre, apresentados no Painel do Clima da ONU, intitulado “O Futuro Climático da Amazônia”, afirmam que a floresta amazônica já está 4o% prejudicada, em diferentes níveis. Porcentagem similar à que alguns estudos, correlatos, previam ser o ponto crítico do sistema de compensação da floresta. E partir daí, de acordo com o cientista, a Amazônia já não conseguiria se sustentar sozinha, incapaz de garantir a própria umidade. Rumando para um inexorável processo de savanização.