Da Redação
MANAUS – O assassinato de quatro presos na Cadeia Pública Raimundo Vidal Pessoal, no Centro de Manaus, no dia 8 de janeiro, teve a participação de 22 detentos e envolveu a disputa pelo controle do presídio, segundo inquérito da Polícia Civil enviado ao TJAM (Tribunal de Justiça do Amazonas). Houve tentativa de homicídio contra outros sete internos.
O crime, segundo o delegado-geral adjunto Ivo Martins, envolveu a rivalidade entre as facções criminosas PCC (Primeiro Comando da Capital) e Família do Norte (FDN). Martins disse que quatro integrantes do PCC tentaram invadir a cela 5 do pavilhão B, onde estavam três detentos considerados dissidentes da FDN, além do preso Tássio Caster de Souza. “No dia do fato, um dos membros do PCC simulou estar passando mal. Com esse evento eles conseguiram que várias celas fossem abertas, menos a de número 5 onde estavam os quatro internos. Como os integrantes do PCC não conseguiram invadir a cela, eles atearam fogo em colchões em frente à cela. Tássio Caster morreu em decorrência da inalação de fumaça”, disse o delegado.
Sem conseguir ter aceso à cela, os presos mataram Fernandes Gomes da Silva – conhecido como ‘Pedra’; Rubiron Cardoso de Carvalho – o ‘Pato’; e Rildo Silva do Nascimento. Os três foram decapitados. Conforme Martins, dos 22 identificados como participantes da chacina, dois também foram mortos. Os corpos de Arlisson Matos Pereira, conhecido como ‘Barbinha’, e Edgar de Souza Ribeiro – o ‘Diga’, foram encontrados no dia 26 de fevereiro no Ramal do Tabosa, Comunidade Tarumã-Açu, bairro Tarumã, zona oeste de Manaus. Eles e outros nove detentos haviam fugido da unidade prisional. Jones dos Remédios Martim, conhecido como ‘Bactéria’, é um dos foragidos.
Ivo Martins informou que os 20 autores dos delitos foram indicados pelos crimes de homicídio qualificado, tentativa de homicídio, motim e vilipêndio de cadáver.