Da Redação
MANAUS – A Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Manacapuru realizará nesta sexta-feira, 23, às 9h, no plenário da Câmara de Vereadores do município, o julgamento dos acusados Ronaldo de Paula da Silva e Adson Dias da Silva pelo assassinato da ativista e líder comunitária Maria das Dores dos Santos Salvador Priante – a conhecida como Dona Dora.
Líder da Comunidade Portelinha, em Iranduba (a 27 quilômetros de Manaus), Dona Dora foi sequestrada, torturada e assassinada em agosto do ano passado. De acordo com as investigações, o assassinato foi motivado por conflitos agrários entre o acusado de ser o mandante do crime, Adson Dias, e a líder comunitária, que tinha em seu histórico político a luta contra a grilagem de terra e a defesa do direito à moradia das famílias que residiam na comunidade.
Para o deputado estadual José Ricardo (PT), Dona Dora foi vítima de omissão do Estado, pois ela e os comunitários já haviam denunciado as perseguições e as ameaças. Por isso, cobrou várias vezes de todos os órgãos competentes reforço na segurança da comunidade. “O Estado é tão culpado quanto os assassinos, pois não atendeu aos inúmeros pedidos de socorro da vítima. Só Boletim de Ocorrência Dona Dora realizou 20 e, mesmo assim, nada foi feito diante das inúmeras denúncias”, disse o parlamentar, afirmando que mais uma mulher foi assassinada no Amazonas e o Estado “lavou as mãos”.
O julgamento terá a participação de 25 jurados titulares e 16 suplentes e como assistente de acusação do Ministério Público Estadual, Marcos André Palheta da Silva. Já como defensoras públicas, estarão Sandra Regina dos Santos e Esmelinda Menezes de Melo. Também estarão presentes representantes de várias entidades e lideranças de movimentos sociais.