Do ATUAL
MANAUS – A Polícia Civil do Amazonas prendeu, nesta terça-feira (27), em Itapiranga (município a 226 quilômetros de Manaus), um agricultor de 41 anos de idade suspeito de estuprar a neta da companheira, de apenas seis anos. O caso foi denunciado pela avó paterna da vítima, que identificou mudanças no comportamento da criança. A polícia quer saber se a avó materna, que é companheira do abusador, contribuiu para o crime.
A ordem de prisão preventiva foi expedida nesta segunda-feira (26) pela juíza Tânia Granito, da Comarca de Itapiranga, a pedido da Polícia Civil. Os agentes cumpriram o mandado por volta de 11h na zona urbana da cidade. Segundo a polícia, o homem também trabalha como ajudante de mecânico.
De acordo com o delegado Aldiney Nogueira, da 38ª Delegacia Interativa de Itapiranga, a polícia começou a investigar o caso há 20 dias, após a avó paterna da criança relatar que havia identificado mudança no comportamento da menina.
“Ela percebeu que as brincadeira que a criança passou a desenvolver eram incompatíveis com a sua idade, que havia certa malícia, e passou a indagar sobre o que tinha acontecido”, disse Nogueira. “Conversando com a criança, ela ouviu relatos de que a criança teria sido abusada”, completou.
A avó paterna da vítima buscou o Conselho Tutelar, que orientou a mulher a registrar a ocorrência na delegacia. Na perícia, os médicos do hospital do município constataram que a criança não era mais virgem. Segundo a polícia, o desvirginamento foi decorrente do abuso sexual.
No registro da ocorrência na delegacia, a mãe da vítima também relatou que sofreu abuso sexual por parte do homem, que é padrasto dela.
“Ela afirmou à época que não teve apoio familiar, que não foi encorajada a denunciar para que ele fosse punido, e assim esse ciclo de abusos acabou se perpetuando na família, vindo a fazer mais uma vítima de tenra idade”, afirmou o delegado.
Conforme Nogueira, o homem confessou os crimes ao pedir perdão à mãe da vítima de seis anos.
Após colher as informações, os investigadores pediram a prisão preventiva do homem. “Diante de todos os elementos, da contumácia delituosa, desse delito vir acontecendo há pelo menos duas gerações de meninas dessa família, foi representado ao Poder Judiciário pela Polícia Civil pela decretação da prisão preventiva”, afirmou Aldiney Nogueira.
“Foi dado cumprimento hoje para que a Polícia Civil pudesse finalmente encerrar um ciclo de abuso de décadas e impedir que novas meninas dessa família ou de qualquer outra pudessem vir a ser vitimadas por esse indivíduo”, completou o delegado.
A avó materna da criança vai ser investigada por suspeita de favorecer os abusos contra a filha e a neta. “Ela vai ser ouvida, ainda não vai ser indicada. Ao final do inquérito, vamos verificar a conduta dela para saber se ela contribuiu de forma muito decisiva para que esses abusos tenham acontecido”, afirmou Nogueira.
O homem está na carceragem da delegacia da Polícia Civil e vai passar por audiência de custódia nas próximas 24 horas.
A Polícia Civil orienta que, em casos como esse, a vítima ou qualquer pessoa denuncie através do Disque 100, de uma delegacia ou no Conselho Tutelar do município.
“Nesse caso, nós tivemos dois exemplos completamente distintos de atitudes. Por um lado, um exemplo positivo por arte da avó paterna da criança, que percebeu a mudança de comportamento da sua neta, e denunciou o caso às autoridades”, afirmou o delegado.
“E num lado oposto, nós tivemos um exemplo negativo por parte da avó materna que, no passado, já havia desencorajado, não teria dado apoio para que sua filha denunciasse o abuso, que continuou mantendo relacionamento com esse abusador, e que possivelmente pudesse ainda ter deixado a sua neta de seis anos de idade na companhia do abusador”, completou Nogueira.