Aos 88 anos, o craque teve a sua última convocação exatamente no dia em que calou o Maracanã. Moleque com a bola e um cidadão no convívio alegre com o seu povo, Alcides Gigghia, quando encontrava os brasileiros, seus amigos, não falava sobre o “Maracanazo”. Quando o indagavam a respeito de não falar, ele tinha dois argumentos: 1 – “Minha mulher não gosta deste assunto, pois eu me emociono”; 2 – “Não falo por respeito aos brasileiros. Foi muita dor”.
Sr. Alcides, saiba que, do mais tranquilo e saudável lugar do Céu, onde esteja, você, ao mesmo tempo, levou milhões à felicidade suprema. Somente nós, brasileiros e adoradores do futebol sabemos da falta que um super-craque faz. Garrincha, Pelé, Zico, Rivelino, Gerson, Romário, Nilton Santos, Didi e Zito não nascem na mesma geração.
Sr. Alcides, dá uma conversada com os nossos craques para que mandem alguém para reforçar a nossa seleção. O Feola, que tinha fama de dorminhoco, mas era na verdade um grande estrategista, deveria chegar encarnando no Dunga. Está difícil o Dunga sair porque até bom-caráter ele é, e “Burro”, muito “Burro”. O Capitão Carlos Alberto, que está alheio às discussões da sua mesa redonda, vota no Tite porque reconstruiu o Corinthians que derrotou o Flamengo. Receio que o Capita esteja com o passaporte carimbado para encontrar-se com suas paralelas em outras pradarias, como dizia Touro Sentado. O Capita está achando que a Alemanha, a Argentina e a Espanha são iguais ao Flamengo. Esse é o Brasil que quer reformular o nosso falecido futebol.
E no Pan?
Os nossos craques estão desfilando um treinamento que dá gosto de ver. A natação trazendo medalhas às pencas, o polo aquático com a medalha de prata e entregando de vez a de bronze para o Canadá. Quando eu era garoto, o Canadá já nos entregava a medalha de bronze e não conseguia nada com os Estados Unidos. Era goleada na final. A nossa final com os Estados Unidos foi apenas 11×8. A próxima será mais divertida. Estamos mostrando um novo perfil de atletas e as nossas Forças Armadas, sem ter inventado a roda, merece que toda a arquibancada brasileira bata continência, em respeito ao olhar sempre carinhoso dos nossos militares para os nossos atletas. Os nossos atletas foram convocados pelas Forças Armadas, como Terceiros Sargentos, e nada mais justo que homenagear, com civismo, o hasteamento da nossa bandeira quando da execução do Hino Nacional. Eu também imitaria o gesto dos nossos campeões se estivesse nas arquibancadas de Toronto. Seria solidário aos patriotas que ganham R$ 2.500,00 enquanto milhões da Loteria e do Ministério dos Esportes vão para a suntuosidade das ações e instalações do COB e para os descaminhos das confederações.
O lendário Puskas, o Czibor, Masopust, Popov, Jelinek, Pluskal eram todos militares. A Cortina de Ferro produzia campeões de tiro-ao-alvo em massa, porque os campeões eram snipers e, nas guerras, faziam tiro-ao-álvaro. Se errassem, morriam.
Eu não canso de dizer e escrever que os atletas são produzidos nos clubes, com o auxílio luxuoso das Federações. Os alemães, quando localizavam um campeão em uma das suas cidade, imediatamente, instalavam um Ponto. Aquele “Ponto” era nutrido com tudo que um campeão necessitava para representar a sua pátria. Aqui, sem o FBI para atrapalhar, os Marins e outros Del Neros, brincam com o suor dos campeões enquanto pais choram com o futuro das gerações.
FBI neles!
Roberto Caminha Filho, economista e nacionalino, bate continência para a nossa bandeira e para os nossos campeões.