Da Folhapress
TÓQUIO, JAPÃO – A brasileira Gabriela Chibana foi eliminada do judô em sua segunda luta nas Olimpíadas de Tóquio, neste sábado (24) no Japão.
Depois de vencer Harriet Bonfa, do Malawi, na estreia, ela foi derrotada por ippon por Distria Kransiqi, do Kosovo, líder do ranking mundial.
Gabriela já havia recebido uma punição por falta de combatividade no início do combate e levou o golpe decisivo depois de 2 minutos e 20 segundos.
Com as mãos cruzadas, trêmulas pelo nervosismo e frustração, Gabriela Chibana chorou após a eliminação.
“Dói. Caramba, dó muito”, disse a brasileira, com os olhos marejados e tentando controlar a emoção, neste sábado (24) no Japão.
“Por enquanto, o que tenho é o sentimento de dor. Não sei se isso vai reverter com o tempo. É uma vida para ter esse sonho [de estar na Olimpíada]. Estou chateada pelo meu país”, completou.
Ela havia obtido uma vitória-relâmpago na primeira rodada. Depois de apenas 14 segundos de combate, aplicou um ippon, o golpe decisivo do judô, em Harriet Bonface, do Malawi. O mesmo movimento que a derrotaria na rodada seguinte.
O sorteio das chaves não foi bom para a brasileira por colocá-la no caminho de uma das favoritas à medalha de ouro. “Ela [Krasniqi] tem um judô de muita força. Eu poderia ter me movimentado melhor, mas são coisas da luta. Ela estava insistindo e eu bobeei.”
Aos 27 anos, Gabriela tem no mínimo mais um ciclo olímpico pela frente. Quando chegarem as Olimpíadas de Paris, em 2024, a judoca terá 30. Formada em enfermagem, ela não fala sobre os planos futuros, mas considera que sua participação em Tóquio e especialmente no Nippon Budokan, ginásio considerado templo da modalidade, fecha um ciclo em sua vida.
“Acho que quero levar desde o começo até aqui tudo o que vivi. Tive a oportunidade de fazer um esporte lindo, onde moldei meu caráter, minha personalidade, forjei quem eu sou. Tudo o que o judô me proporcionou até hoje sou grata por todas as conquistas e derrotas. Isso tudo fecha um tempo com o que aprendi no judô”, analisou.
Fora da lista de atletas do país que vão disputar a competição por equipes, Gabriela Chibana, a menina que, nos Jogos de Londres-2012, entrou escondida na Vila Olímpica como sparring de Sarah Menezes, terá de embarcar de volta ao Brasil. “É chato ter de voltar”, finalizou.