Da Redação
MANAUS – Substâncias encontradas na Phyllanthus niruri, conhecida como quebra-pedra, apresentam ação antiprotozoária importante contra os parasitas causadores da doença de Chagas e da leishmaniose cutânea.
Um grupo de pesquisadores de Manaus e da Unicamp (Universidade de Campinas) isolou quimicamente 12 lignanas bioativas presentes nas folhas da popular plantinha, muito usada para chá no tratamento de pedras nos rins.
As substâncias demonstraram baixa citotoxicidade sobre as células hospedeiras, um achado importante, visto que um dos entraves enfrentados na quimioterapia das duas doenças se refere à alta toxicidade apresentada pelos medicamentos utilizados no tratamento dessas enfermidades.
A pesquisadora do projeto, Gabrielly Conrado, explica que produtos naturais e seus derivados são alvos de muitos estudos e podem oferecer protótipos de compostos capazes de combater diversas doenças. A quebra-pedra, por exemplo, é amplamente utilizada em diferentes lugares do mundo devido ao seu potencial farmacológico e pode também ser potencialmente ativa contra estes dois protozoários.
A doença de Chagas e a leishmaniose atingem principalmente populações de baixa renda em países tropicais subdesenvolvidos e são responsáveis, anualmente, pela alta taxa de mortalidade por causa de complicações terapêuticas.
A investigação da atividade antiprotozoária das lignanas, presente na quebra-pedra, é pioneira e são necessários estudos complementares destes metabólitos, considerados promissores candidatos para o desenvolvimento de novos agentes antiprotozoários.
O projeto ‘Prospecção e identificação de compostos isolados de Phyllanthus amarus Schum and Thonn com potencial atividade leishmanicida’ foi realizado pela Unicamp por meio do Programa de Apoio à Formação de Recursos Humanos Pós-Graduados do Estado do Amazonas (RH-Doutorado – Fluxo Contínuo), nº 002/2015. O estudo tem artigo publicado na revista Planta Medica.