Da Folhapress
BRASÍLIA – Dados do Ministério da Saúde desta terça-feira, 5, mostram que o Brasil registrou 600 novas mortes em pouco mais de 24 horas, um número recorde. Também houve 6.935 novos casos confirmados no período.
O recorde anterior era de 474 mortes registradas em um dia, em 28 de abril, quando o Brasil ultrapassou a China em número de mortes e o presidente Jair Bolsonaro disse “E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre”, ao ser questionado sobre os números.
Desde o início da pandemia do novo coronavírus, foram registrados ao todo 114.715 casos confirmados da doença e 7.921 mortes. No entanto, de acordo com especialistas, os números reais devem ser ainda maiores, já que há baixa oferta de testes no país e subnotificação.
Segundo o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira, desses 600 óbitos, 25 evoluíram para o óbito nesta terça, 51, no dia anterior, e 48 morreram no domingo. O restante foi antes disso. “Não são 600 mortes que aconteceram nas últimas 24 horas”, reforçou.
Epicentro da crise, São Paulo já soma 34.053 casos confirmados e 2.851 mortes pelo novo coronavírus –destas, 197 foram confirmadas nas últimas 24 h, incluindo a de um bebê da cidade de São Paulo, com apenas um ano, que teve diagnóstico de Covid-19.
Em meio ao aumento nos números, o estado tem visto cair o índice de isolamento social, o que preocupa autoridades. Na segunda (4), o isolamento foi de 47%. Depois de São Paulo, o estado com maior número de casos é o Rio de Janeiro, com 12.391 casos e 1.123 mortes.
Já quando analisados os dados de incidência da Covid-19, indicador que abrange o total de casos pela população, outros estados passam à frente. São eles Amapá, Amazonas, Roraima, Ceará, Pernambuco, Acre e Espírito Santo.
No Amapá, por exemplo, essa incidência é 2.283 casos por 1 milhão de habitantes. Já no Amazonas, de 1.957 casos a cada 1 milhão.
Antes da divulgação dos números pelo Ministério da Saúde, o presidente Jair Bolsonaro comentou a pandemia e disse que, se houvesse uma queda no número de mortes nesta terça, seria um sinal de que “o pior passou”.
“Eu não sei se hoje caiu o número de mortes, foi menor do que ontem [segunda], eu não sei ainda, mas, se foi, vai ser o sexto dia, se não me engano, consecutivo de queda no número de mortes. É um sinal de que o pior já passou”, disse o presidente, em entrevista na porta do Palácio da Alvorada.
“Peço a Deus para que isso seja verdade [a queda do número de mortes] e vamos voltar à normalidade”, completou o presidente.