MANAUS – Sabe-se agora, o comercial que horrorizou o núcleo inquisidor do governo tinha gente descolada demais, segundo o presidente do Banco do Brasil Rubem Novaes. ‘Descolada’, no entendimento do núcleo censor do governo, é gay, descolado da família, anarquista, negros. Para os criadores do anúncio, gente normal com dinheiro suficiente para virar correntista do banco. Para o núcleo ‘bando de malucos’ do governo, era só aberração. Novaes argumentou: “Nosso objetivo é atingir todo o espectro de jovens, que não vi representado. Não vi o jovem fazendeiro, o rapaz esportista, o nerd. Não vi ali o jovem de classe média baixa que rala um dia inteiro para pagar estudos à noite. Ficou muito concentrado na juventude descolada”. Está explicado claramente. Estavam todos lá, mas o núcleo míope do governo não enxerga um palmo à frente do nariz.
Já escrevi uma vez, mas escrevo de novo:
Se os senhores acham absolutamente normal um banco PÚBLICO usar 17 milhões (isso mesmo, não são 17 mil, são 17 MILHÕES), como o próprio banco informou, numa propaganda de poucos segundos, então depois não venham reclamar ou querer apontar o dedo para político ou empresário bandido quando estes forem acusados de corrupção, desvios de verbas públicas ou coisa que o valha. Quem não vê problema nessa quantia, nessa situação infinitamente absurda é simplesmente tão patife quanto quem a possibilitou. O dinheiro é de vocês também, senhores jornalistas, vez que vocês também pagam tributos. Se os senhores não veem problema nenhum, bom, eu vejo e vejo muito, afinal… essa grana saiu do meu bolso também.