Da Redação
MANAUS – Em menos de 20 dias, dez amazonenses foram vítimas de um golpe intitulado ‘UTI’, que é aplicado por presos de dentro da penitenciária de Mata Grande, em Rondonópolis (MT). Os criminosos se passavam por médicos e mantinham contato com familiares de pacientes internados em UTIs (Unidade de Terapia Intensiva) de grandes hospitais do Amazonas e solicitavam quantias em dinheiro sob o pretexto de realizar exames de urgência. Os bandidos conseguiram mais de R$ 200 mil, segundo a polícia.
Para desarticular a quadrilha, o 23º DIP (Distrito Integrado de Polícia) deflagrou, na manhã desta quinta-feira, 23, a operação ‘Jaleco Preto’, uma das maiores ações da Polícia Civil do Amazonas em outro Estado. A quadrilha tinha as fichas médicas dos pacientes e ligava para os familiares dos internados pedindo dinheiro para possível procedimento urgente. A polícia expediu 11 mandados de prisão, sendo que três suspeitos presos aplicavam o golpe de dentro do presídio. Os demais investigados cediam as contas bancarias para receber o dinheiro.
Mais de 50 policiais estão envolvidos na operação, entre eles agentes do grupo especial formado pelo Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos) e Derfd (Delegacia Especializada de Roubos, Furtos e Defraudações) além de policiais de Mato Grosso. A ação tem a coordenação do Delegado Cícero Túlio.
Segundo o delegado, as investigações começaram há dois meses a partir de interceptações telefônicas que apontaram que o núcleo operacional da quadrilha operava de dentro da penitenciária de Mata Grande, em Rondonopolis. O delegado disse que as vítimas eram escolhidas entre pessoas com condições financeiras de arcar com as despesas. Entre as vítimas, estão dois jornalistas de duas grandes emissoras de TV e um preparador físico de um grande clube de futebol paulista.
“Outros noves integrantes da Organização Criminosa operavam no núcleo financeiro e ficavam responsáveis por ceder as contas bancárias utilizadas para o recebimento de valores oriundos dos golpes”, disse Cícero Túlio.