Dado todo esse processo de aproveitamento do Estado para a intensificação do rentismo – um verdadeiro assalto à nação – é preciso também, em contra ataque a essas ofensivas, que se intensifique a imaginação e criatividade política que coloque como norte uma real emancipação nacional.
Concomitante ao fenômeno de desindustrialização, é certo que o processo de financeirização da economia é global, mas ele não acontece em todos os países. Não é isso que acontece na China, nem na Alemanha, nem nos EUA, França, Rússia ou Inglaterra – curiosamente todos esses países passaram por grandes revoluções. Mas não querem que outros a façam. Até mesmo porque esses dois processos contemporâneos ocorrem, de forma geral, justamente para sustentar o alto padrão de vida que é oferecido dentre esses países.
Desde a emergência do pensamento econômico cepalino, criou-se o objetivo de levantar o capitalismo brasileiro, para que assim fosse estabelecido à nação um posicionamento de “global player”, como diz o jornalismo da Globo News em sua ideologia.
Era colocado um discurso de que o Brasil possuía uma realidade quase que feudal, e que era preciso então uma injeção de capitalismo, para que assim se fizesse fortemente um processe de industrialização. O caminho para isso foi a aposta numa burguesia nacional – classe esta acostumada, desde sempre na história, a não ter muito apreço pelo seu próprio país.
Enfim, não é preciso dizer – pelo menos não é o objetivo agora – de como a burguesia nacional adora os EUA e a Europa: Isto é, se Dilma sofreu na mão dos capitalistas numa tacada inacreditavelmente ingênua de desonerações fiscais, a classe poderosa, sempre no pé do individualismo, nem hoje, nem nunca, em nenhum lugar do mundo, encabeçou um processo de industrialização.
O resultado dum país que não luta por sua própria emancipação não pode ser outro se não o nanismo tecnológico, científico, crítico, cultural, econômico e político presente do subdesenvolvimento da periferia dependente!
A política do país não pode se limitar a miséria duma parcial influência sob até que ponto o Estado é o comitê de negócios da burguesia. A política não deve se limitar em fazer a tradição de isenções fiscais, políticas tributária, cambial e inflacionarias. Não é mais possível sustentar esse super endividamento do Estado. Não deve-se aqui se escolher um presidente porque caso um ou outro se empondere “o mercado não reagirá bem”.
Enquanto tudo isso, de fato as coisas vem mudando – na história as vezes processos de transformação levam décadas, por vezes, levam dias, ou horas. Futurismo não é uma grande arma, a não ser que seu objetivo seja a melancolia política.
O PT teve a possibilidade de fazer história para o povo. Mas preferia vender o discurso que fez história, sem de fato fazê-la. Bastou 1 ano pra desmoronar tudo. O partido pôde preparar o terreno para uma verdadeira emancipação popular, mas optou por fazer o contrário: ao realizar a conciliação de classes, e governar para a burguesia, tratou de esfriar os ânimos das massas, a maior demonstração disso é ter colocado como norte político dos trabalhadores a casa do peleguismo que é a CUT.
O petismo é o marco duma mudança de paradigma, cujo lado a história irá mostrar. Isto é – mais precisamente – sua queda marca a possibilidade dum grande respiro na dinâmica política. Não derramem lágrimas por Lula, ele não merece o povo que o apoia.
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