Da Redação
MANAUS – Dezenas de alunos e professores da Ufam (Universidade Federal do Amazonas) promoveram protesto no início da manhã desta quarta-feira, 15, em frente ao campus da universidade, na zona centro-sul de Manaus. A manifestação foi contra o corte de 30% de verbas das instituições federais anunciado pelo governo federal.
Em faixas e cartazes eles exibiram mensagens como: ‘A aula de hoje é na rua: luto pela ciência e pela educação’, ‘Educação liberta’, ‘A balbúrdia está no Planalto’ e ‘O governo não dá educação porque educação derruba o governo’.
Os estudantes e professores bloquearam as duas vias da Avenida Rodrigo Otávio e usaram apitos e gritos para chamar a atenção de pessoas que passaram pelo local. Agentes do Manaustrans (Instituto Municipal de Engenharia e Fiscalização de Trânsito) e policiais militares acompanharam a movimentação.
A estudante Bruna Boaz, de Ciências Biológicas, afirmou que o protesto é necessário para pressionar o governo a não reter verbas das universidades federais. Para a Ufam, a previsão de corte é de R$ 38 milhões, segundo o reitor Sylvio Puga.
“A gente realmente precisa pressionar o governo, independente de quem esteja lá, porque educação é prioridade na sociedade. Todos os melhores países fundamentaram tudo na educação. A gente não pode deixar a educação de lado”, afirmou Bruna Boaz.
O professor Gilmar Couto, da FEFF (Faculdade de Educação Física e Fisioterapia), afirmou que a participação dele e dos alunos na manifestação serviu com aula de “capoeira pedagógica” com o instrutor Senegal, da Abada Capoeira. “É minha forma de manifestação. Eu entendo que existem interesses particulares e minha maneira de participar e permitir que meus alunos participem é dessa maneira. Nós vamos fazer uma aula diferente. Em vez de estarmos dentro da sala de aula, vamos estar aqui fora”, afirmou Gilmar Couto.
As manifestações ocorrem em todas as capitais e grandes cidades do Brasil contra os cortes promovidos na educação pelo Governo Bolsonaro. O bloqueio total de despesas do MEC (Ministério da Educação) anunciado até agora é de R$ 7,4 bilhões. Nas universidades federais, chega a R$ 2 bilhões, o que representa 30% da verba discricionária (que não inclui salários, por exemplo).
Nessa terça-feira, 14, Weintraub disse que não descarta novos bloqueios no orçamento da pasta após previsão de crescimento menor da economia.
(Colaborou Patrick Motta)
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