Da Redação
MANAUS – Investimentos já feitos em novos projetos industriais, na expansão de indústrias já instaladas no PIM (Polo Industrial de Manaus) e em mineração no Amazonas e Pará proporcionarão uma expansão maior da economia no Norte, em 2017, em relação a outros Estados. Pesquisa da Tendências Consultoria mostra que o PIB (Produto Interno Bruto) na região deverá crescer 3,9%, bem acima da média nacional de 1,5%. Será maior, inclusive, que das regiões Nordeste (2,3%) e Centro-Oeste (2,2%). “Na Região Norte há maturação de uma série de investimentos e a economia é mais sensível ao ciclo de retomada econômica”, disse o economista Adriano Pitoli, responsável pelo estudo, à Agência Reuters.
Pitoli cita dois fatores que impulsionarão a economia na região: o projeto de mineração Ferro Carajás S11D, da Vale, no Pará e Maranhão, e a retomada da indústria de eletroeletrônicos e motocicletas em Manaus. Também no Amazonas, a expansão dos investimentos da mineradora Taboca, em Presidente Figueiredo (a 176 quilômetros de Manaus) irão gerar empregos e atrair rede de fornecedores.
No caso do projeto da Vale, o investimento foi de US$ 14,3 bilhões e deve entrar em operação em dezembro próximo. A obra contratou 30 mil trabalhadores para construção de um ramal ferroviário de 101 quilômetros, a expansão da Estrada de Ferro Carajás e a ampliação do Terminal Marítimo de Ponta Madeira, em São Luís.
Afetada pela recessão, a indústria de Manaus, conforme o estudo, sofreu maior impacto devido a retração do consumo doméstico, base de comercialização de seus produtos, mas deverá recuperar o fôlego justamente com a retomada da oferta de crédito a partir do ano que vem. Em Manaus, o setor também leva vantagem sobre as demais regiões por estar melhor adaptado para reativar a produção devido às instalações físicas das fábricas e disponibilidade de mão de obra treinada. As indústrias conseguem ter de volta trabalhadores que já conhecem o sistema de produção.
O estudo também indica que o Norte se sobressairá com o comércio. A alta estimada, de acordo com a Tendências, é de aumento de 5% no próximo ano, índice maior que as demais regiões. As boas perspectivas de crédito são consideradas um fator de crescimento na atividade comercial. No Norte, cresceu em 5,1%, este ano, o número de consumidores que pagaram dívidas antigas e puderam voltar a obter empréstimos. O aumento nacional, no mesmo período, foi de 0,6%.
Estudo da consultoria IPC Marketing revela um potencial de consumo de R$ 233 bilhões na Região Norte, correspondente a 6% do total do potencial brasileiro. “Tanto no Norte como em algumas regiões do Nordeste, há uma grande concentração da população de classe média-baixa e baixa. Qualquer empresa que se instale nessas regiões e ofereça empregos, provoca um impacto maior do que provocaria em outras regiões”, disse à Reuters o diretor da IPC Marketing, Marcos Pazzini.
As projeções das consultorias devem melhorar o índice de competitividade do Amazonas a partir de 2017, que hoje é de 45 em uma escala que vai de 0 a 100. O Estado é o 17° no ranking da Tendências, com nota abaixo da média nacional que é de 50,2. Nessa escala, o potencial de crescimento da força de trabalho no Estado é de 75,3, o quarto do país, este ano. Em 2016, a taxa de crescimento da economia do Amazonas foi de 25,7.
Mesmo com a crise, o Estado melhorou a eficiência da máquina pública alcançando nota 65,2, acima da média nacional que é de 62,7. Nesse item, o Amazonas é o 15° no ranking. Pesam nesta colocação o alto custo do Executivo, Judiciário e Legislativo.