MANAUS – Cerca de 200 vigilantes paralisaram os serviços nesta sexta-feira, 14, em advertência ao anúncio do governador do Amazonas, José Melo (Pros), de substituir vigilantes por agentes de portaria. A intenção dos vigilantes é pressionar o governo para que sejam mantidos os contratos com as atuais empresas de vigilância, que no ano passado consumiram R$ 95,5 milhões. A categoria se reuniu na Praça da Polícia durante todo o dia e utilizaram cartazes com frases como “sem vigilante, o perigo é constante”, para manifestar contra a decisão do governador.
De acordo com a assessoria de comunicação do Sindicato dos Vigilantes, cerca de cinco agências bancária ficaram fechadas no Centro de Manaus. Haduas Bernardo que é vigilante há oito anos disse que a categoria pensa em continuar com a paralisação. “Não tivemos nenhuma informação pela parte do governo e ainda não decidimos nada, mas a paralisação pode continuar sim”, explicou.
Em nota, a Secretaria de Comunicação do Amazonas, informou que o governo está disposto a ouvir a categoria. Na nota, o órgão disse ainda que governador José Melo, na próxima terça-feira, 18, se reunirá com técnicos do Governo do Estado e o Sindicato das Empresas de Vigilância, Segurança, Transporte de Valores e Curso de Formação do Estado do Amazonas (Sindesp-AM) para dialogar sobre propostas de redução de custos com serviços de vigilância patrimonial.
A Secom disse ainda que a substituição de vigilantes por agentes de portaria, nos postos em que a possibilidade de substituição é concreta e não representa desvio de função, representará uma economia da ordem de R$ 30 milhões anuais aos cofres do Estado.
Segundo um estudo realizado pelo governo, o pagamento ao Serviço de Vigilância Patrimonial é um dos maiores custos administrativos aos cofres públicos. Em 2014, o pagamento a esse tipo de serviço chegou a R$ 95,5 milhões.
O estudo identificou que o custo de um vigilante é aproximadamente 12% superior ao agente administrativo, o que seria um economia de R$ 950 por posto de contratação, no caso de áreas hospitalares, e 32% em áreas administrativas, uma economia de R$ 2.300 por posto de contratação.
A última paralisação dos vigilantes foi em 2012, quando a categoria entrou em greve por falta de reajuste no salário.