MANAUS – O Departamento de Vigilância Sanitária (Visa Manaus) apreendeu, hoje, mais de 8 quilos de polpa de tucumã na Feira Municipal do Parque Dez, zona centro-sul da cidade, com indícios de contaminação por carbureto de cálcio, composto químico cancerígeno usado ilegalmente para acelerar o processo de amadurecimento de frutas e verduras.
Segundo o fiscal da DVisa Wallace Benjamim, responsável pela apreensão no local, a fiscalização inspecionou a feira após denúncias de pelo menos oito clientes que passaram mal após o consumo do tradicional ‘x-caboquinho’, sanduíche regional recheado de tucumã e queijo, que na feira não sai por menos de R$ 8.
“Fomos alertados por uma denúncia anônima sobre a comercialização do produto e vimos conferir os produtos. Visualmente, constatamos que o produto tem as características de ter sido amadurecido com algum produto químico, mas temos que levá-lo para análise em laboratório”, disse o fiscal.
Wallace lembrou que a lei municipal 1.945, de dezembro do ano passado, proíbe expressamente o uso de carbureto de cálcio e similares no processo de amadurecimento das frutas em geral. O descumprimento da lei acarretará multa progressiva ao infrator no valor mínimo de R$ 1,300, triplicando o valor em caso da primeira reincidência e cassação do Alvará de Funcionário, em caso de uma segunda reincidência.
Questionados pelos fiscais da Dvisa, todos os comerciantes admitiram que não sabiam com precisão de onde vinham as polpas de tucumã que eram vendidas nos sanduíches aos clientes. “Sabemos apenas que a maioria vem da Feira da Manaus Moderna, mas não sabemos de onde eles pegam. Como sempre a polpa (de tucumã) tinha uma cor bonita e cheiro normal e por isso nunca desconfiamos de nada”, informou uma feirante que não quis ter o nome divulgado.
Morte
Em agosto de 2013, a estudante Karina Fonseca Silva, 17, no município de Parintins, morreu após ter ingerido tucumã contaminado por carbureto de cálcio. Segundo a família dela, o produto foi consumido na feira da cidade. Além de Karina, outras oito pessoas passaram mal pelo mesmo motivo no município. Na época, ninguém foi autuado ou preso pela comercialização do produto contaminado.</span></span>