O “genial” Havelange sentiu que o Fluminense perderia uma série histórica de campeonatos de polo aquático com o surgimento de outros craques, fora das “Tricoladas Laranjeiras” e não titubeou: Ajudou o SZABO, o Pelé do water polo a saltar o Muro de Berlim. Na Europa, SZABO, um boa pinta cheio de gostos, namorou logo com a Silvia Koscina, a artista mais bonita da Itália. Quando chegou no Brasil entrou no timaço do Fluminense e ….não deu outra. Os “chutes“ do Szabo, quando acertavam as traves cariocas, dividiam as traves em duas madeiras que não serviriam para mais nada. E ele fazia de propósito. Andou pelas piscina do Atlético Rio Negro, quebrou as traves e acabou o treino. Foi segurança da Boite dos Ingleses e depois foi para Fortaleza, casou com a Regina, dona do Restaurante Duna’s e os dois morreram afogados em cerveja, whisky e champagne.
Szabo tinha 2,04 metros de altura, 3,0 metros de frente e 2,0 metros de fundo. Ele tinha um peito de pombo, como o nosso craque Ricardo Atala. É o tipo que se vê nos craques da Hungria. Esse porte gigantesco fez com que os brasileiros partissem com vontade para machucar o húngaro. A Hungria já formava malandros antes que o Rio. Szabo quebrou três ou quatro maxilares em quem queria machucá-lo, o que fez com que alguns cariocas entrassem na piscina com soco inglês. A era Szabo iniciou e terminou em quatro anos. O Coaracy deu início a uma nova era com técnicos e nadadores do leste europeu e com a diferença de que são profissionais de altíssimo gabarito. Ganhamos do Canadá no primeiro jogo do Pan. Um marco!
De quem pouco se esperava veio a solução para a crise que se alongava. O Brasil do polo aquático nadava, nadava e perdia para o Canadá. Daí pra frente era só derrota. Tínhamos que passar pelo Canadá para sair para o mundo e ganhar da Austrália, Holanda, Alemanha, Cuba o que nos daria estofo (gostaram de estofo) para enfrentar times de força como Itália, Croácia, Estados Unidos, Rússia e Hungria. Já andamos empatando com a Croácia. Ganhar dos outros citados requer tempo de treinamento e alguns ajustes dentro de casa. Os nadadores brasileiros devem nadar mais e ter na cabeça que o mais treinado terá que ser o goleiro. O goleiro tem a obrigação de tirar o joelho de dentro d’água e permanecer em suspensão por vinte segundos. Pensar isso de um brasileiro é coisa para duas olimpíadas na nossa frente. A chegada dessa Legião Estrangeira mostrará aos milhões de brasileiros como se faz para chegar ao pódium olímpico. É muito dinheiro, inteligência, suor, feijão, legumes, picanha e vitaminas. O Brasil olímpico no water polo já encontrou o seu caminho para a medalha de ouro. O caminho, mas o treinador está dizendo a cada cinco minutos que os outros já encontraram outros caminhos e que só uma maneira é comum entre todos os atletas: muito treinamento.
Nas Olimpíadas de Barcelona falei ao Havelange que o nosso craque estava muito bem e que poderia sair com a medalha de ouro dos 100 metros nado livre. Ele, do alto da sua sabedoria, falou, com aquela calma de matar:
— Dr. Caminha, nestes oito pilares de saída, estão oito craques, o que sair com o ouro é aquele que trocou mais sangue por treinamento. Não deu o nosso Gustavo Borges, mas uma grande confusão.
O futebol de Del Nero bem que poderia aprender das boas práticas do genial desportista e fazer a mesma coisa, ainda para essa olimpíada do Rio. Está difícil de ver o Chile ganhar da Argentina à tarde e, logo depois ver o Vasco perder de 1X0 com o jogador ajeitando a bola duas vezes, dentro da área, e fazer o gol de meia bicicleta. É um futebol onde os jogadores já não sabem quais são os seus lugares dentro do campo. Uma desorganização de dar inveja a Brasília. Cada um faz o que quer e não interessa o resultado. Eu quero é me livrar da bola.
Roberto Caminha Filho, economista e nacionalino é fã do genial Havelange