Dois mil e quinze ainda não acabou e já pode ser marcado na história do país como um de nossos piores anos. Ao longo dos meses fomos apresentados a uma realidade que parecia bem distante do cotidiano nacional: voltamos a falar de inflação, a crise econômica e financeira foi protagonista dos noticiários, a corrupção dominou as manchetes e vimos um governo moribundo em menos de seis meses de gestão. Não foi fácil…
Não sabíamos, mas em 2015 tínhamos um encontro marcado com a verdade. A corrupção que se esconde nas pequenas ações do dia-a-dia mostrou de vez sua face e não escapou ninguém: de médicos que fraudavam plantões a Senador preso, de prefeito na cadeia a acordos entre políticos e facções criminosas, finalmente veio à tona nossa miséria social, estampada em uma única palavra, corrupção.
Enquanto não acaba, dois mil e quinze teima em nos desafiar. Ontem foi a morte do Senador Evandro Carreira no Amazonas, antes, no Leblon, a imbecilidade de jovens burgueses, na tentativa de intimidar Chico Buarque – um dos maiores artistas desse país, a manifestar suas opiniões políticas. Será que em 2015 perdemos a cordialidade, a capacidade de conviver com as diferenças? Deixamos de lado a nossa antropofagia para adotar uma visão de mundo que não é nossa? Foi triste… vimos surgir o discurso transloucado de uma direita tosca e vazia, vimos Bolsonaro ser ovacionado e carregado em saguões de aeroportos (mal reformados) Brasil afora.
Mas também assistimos a república ruir no horário nobre. Foram expostas pela operação Lava Jato as entranhas de acordos políticos baseados em pagamentos de propina, desviada dos cofres públicos. Assistimos atônitos as manobras do quase Ex Presidente da Câmara Eduardo Cunha, que desafiava a todos. Só assim ficamos sabendo das catilinárias, discursos do Senador Romano Cícero, que alertava sobre um golpe contra a República.
De fato, dois mil e quinze vai chegando ao fim com gostinho de acaba logo! Esperamos um ano novo, mas novo em tudo! Uma nova postura dos governantes, que adotem como prioridade a verdade, a decência na aplicação das verbas públicas e o zelo com nossa população acima de qualquer acordo de conveniência. Que tenhamos lideranças capazes de unificar novamente a sociedade brasileira, afastando os discursos radicais e sectários. Precisamos de paz, união, compromisso, garra, sensibilidade social, ambiental e acima de tudo, mais educação, saúde e segurança para nosso povo. Que 2016 venha com esses signos e nos traga de volta a esperança no futuro e certeza de grande nação, um estado especial e uma cidade de povo feliz e hospitaleiro. Enfim, nossos desejos virem ações efetivas!!