Por Henderson Martins, da Redação
MANAUS – Valor de serviço firmado em contrato por determinado prazo de validade poderá ser reajustado devido ao aumento de imposto sobre a gasolina e o diesel. Caso o aumento seja acima de limite estabelecido em cláusula, tende a ser repassado ao consumidor. A prática será adotada pelos prestadores de transporte escolar em Manaus.
Com o aumento do PIS/Cofins sobre os combustíveis, que deve elevar o valor do litro da gasolina em R$ 0,41, o Sindetesc-AM (Sindicato das Empresas, Microempresas e Transportadores Autônomos de Transporte Escolar do Amazonas) informou que os prestadores do servioço vão repassar esse custo.
“Quando o reajuste no combustível fica acima de 10%, estaremos gastando mais do que ganhamos. Então, o transporte escolar poderá, sim, mediante ao aumento do combustível, apresentar reajuste por algumas empresas”, disse o presidente do Sindestec, Silvânio Carvalho.
Valores reais
Conforme Silvânio, atualmente é cobrado uma taxa mensal por aluno de R$ 200, em média, para os transportes dentro dos bairros. Segundo ele, caso seja feito o reajuste, esse valor deve subir para R$ 210 por mês. Silvânio disse que, quanto mais distante for a rota dos alunos, o aumento do imposto será repassado em valores maiores.
Comércio
De acordo com o presidente da ACA (Associação Comercial do Amazonas), Ataliba David Antônio Filho, é inevitável o efeito no preço das mercadorias, principalmente na composição do custo do produto, ou seja, no que irá chegar ao consumidor final.
Ataliba disse que o repasse será imediato pelo fato de o Amazonas estar localizado distante das demais regiões, trazendo custos maiores para o transporte do produto. “O comércio varejista depende da carga fracionada, mas o custo é caro e pesado e o aumento do combustível, o transporte de capotagens e rodoviários devem aumentar bastante o frete”, disse.
O presidente da ACA, não dá para dizer o percentual do custo por conta do aumento de impostos sobre o combustível, mas logo chegará os primeiros fretes já impactados pelo o aumento. “No mês de agosto, o consumidor irá sentir o impacto do aumento de preços das mercadorias”, disse.
Indústria
Para o vice-presidente da Fieam (Federação da Indústria do Estado do Amazonas), Nelson Azevedo, o impacto econômico do aumento de preço do combustível poderá afetar tanto o comércio, quanto a indústria e, principalmente, os consumidores.
Azevedo acredita que o reajuste retardará economicamente os setores da economia do Estado que já vinha buscando uma recuperação. “O governo quer arrecadar mais dinheiro, mas não sabemos se esse é o caminho. Quando se pensa que o negócio terá uma estabilidade, acontece um aumento inesperado”, disse.