Da Redação
MANAUS – O vice-governador do Amazonas e secretário de Segurança, Bosco Saraiva (ex-PSDB), afirmou que o tráfico de drogas está mais forte que o Estado. “Eles se organizaram de uma forma absurda. Eles conseguiram, portanto, ser mais fortes que o Estado. Essa é a verdade que precisamos admitir”, disse o político, em entrevista ao site BNC, na quinta-feira, 24.
Segundo Bosco, o tráfico é um problema do Brasil, e em Manaus não é diferente. “Nós temos um problema gravíssimo para combater na nossa cidade, que é o tráfico”, disse. Na entrevista, o secretário se disse surpreso em saber que há venda e consumo de drogas até mesmo em comunidades rurais de municípios amazonenses.
De acordo com o secretário, quase que a totalidade dos homicídios em Manaus está relacionada ao tráfico. “99% do homicídios na nossa cidade são acertos de contas entre gangues”, disse Bosco. No dia 3, a SSP-AM (Secretaria de Estado de Segurança Pública) informou que o número de homicídios na capital diminuiu no mês de outubro, em comparação ao mesmo mês de 2016.
Polícia na rua
Bosco disse que os assassinatos diminuíram por conta das ações da pasta, que estaria mantendo mais policiais nas ruas de Manaus. “Foi o primeiro mês de operação. Nós viemos para a rua com tudo. Amazonino reuniu oficiais e delegados, pediu a eles empenho, no mesmo dia nós estávamos na rua, permanecemos na rua combatendo até hoje”, disse o secretário.
A SSP-AM informou que em outubro de 2016 foram registrados 66 homicídios em Manaus. No mesmo mês deste ano, os registros caíram para 46, uma redução de 30%.
Por causa do crescimento de homicídios e também da falta de pessoal na SSP-AM, Bosco afirmou que há “milhares de inquéritos” sem conclusão no Estado. “Há milhares, milhares. Nós já recebemos assim”, afirmou. Segundo ele, a Delegacia Geral irá montar uma força-tarefa para atuar diretamente nestes inquéritos parados.
Data para sair
O vice-governador anunciou esta semana sua saída do PSDB e ingresso no Solidariedade. Segundo Bosco, em março ele sairá da SSP-AM, para poder ficar apto a disputar as eleições de 2018. O político não diz a qual cargo irá concorrer: se à reeleição com Amazonino, ou a uma cadeira no Senado, Câmara Federal ou Assembleia Legislativa.