Thomaz Nogueira anunciou, no domingo, 26, antes do resultado das urnas, que deixaria o comando da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) até 31 de dezembro deste ano, qualquer que fosse o resultado da disputa à Presidência da República. Fez isso em nota divulgada no perfil dele na rede social Facebook. Nesta segunda-feira, 27, em entrevista coletiva, ele pode ter antecipado a saída do cargo, ao tecer uma série de críticas ao governo federal e ao Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), ao qual a Suframa é vinculado.
Thomaz criticou, principalmente, a falta de valorização dos servidores, que no início deste ano fizeram greve, mas que até agora não tiveram suas reivindicações atendidas. Inconformados com a situação, esses servidores preparam uma nova greve para esta semana. O ATUAL apurou que o MDIC culpou o próprio Thomaz por uma nova paralisação e isso irritou o superintendente.
A resposta de Thomaz Nogueira não se limitou à questão do funcionalismo e dos salários. Ele também criticou a demora na liberação de concurso público, depois de ter encerrado contrato com a Fucapi, considerado irregular pelo Tribunal de Contas da União, e ficado cerca de um ano sem servidores para atender à demanda de trabalho realizada pelos servidores que eram contratados pela Fucapi.
Thomaz criticou também a falta de definição da gestão do Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA), que atualmente é gerido pela Suframa. Segundo ele, a autarquia tem dificuldade para justificar aos órgãos de controle a compra de material, como comida para animais de laboratório, porque essa não é atividade fim da Suframa.
Na nota divulgada no Facebook, Thomaz Nogueira afirma a necessidade de fortalecimento da Suframa, “que não acontece sem a valorização profissional dos servidores”, segundo ele. “A carreira e os salários precisam de correção imediata e não de mimimis burocráticos”, escreveu.
Nota de Thomaz Nogueira postada no Facebook
Daqui a pouco veremos o resultado das urnas. Dilma ou Aécio serão presidentes de todos os brasileiros. O direito de podermos escolher será sempre o mais importante.
Declarei meu voto em Dilma por duas razões fundamentais:
1. Pelas políticas de inclusão social. Não são números frios, são milhões de vidas transformadas.
2. Pelo compromisso de Dilma Roussef com a Zona Franca de Manaus.
Sou testemunha desse compromisso, não apenas vista da posição momentânea de superintendente da Suframa, mas desde da vivência profissional como servidor da Sefaz-AM. Foram ações concretas de enfrentamento das pressões contra Manaus. Não tenho dúvidas. Mas no caso de sucesso nas urnas há muito, muito o que fazer.
Antes de tudo, colocar o governo alinhado à seu compromisso. Ministros e burocratas de todo o escalão precisam parar com o esforço, deliberado ou não, de boicotar o compromisso presidencial. Governo novo, novos nomes.
Fico na Suframa até o momento da decisão presidencial, mas nunca além do 31 de dezembro vindouro.
Quem assumir precisa ter apoio da sociedade amazonense. Há um desafio enorme para não perdermos as oportunidades geradas pela prorrogação. Todos eles passam pelo fortalecimento institucional, que não acontece sem a valorização profissional dos servidores. A carreira e os salários precisam de correção imediata e não de mimimis burocráticos.
O CBA não pode esperar mais. Desejo sucesso. Amanhã com os resultados conhecidos aprofundo o tema
Thomaz Nogueira