A sucessão estadual, tenha o desfecho que tiver, passa pela ação de seus maiores protagonistas. Jogam o xadrez político, com posições importantes no tabuleiro, o governador Omar Aziz, o senador Eduardo Braga, o prefeito Artur Neto e o ex-governador Amazonino Mendes.
Um deles, Eduardo Braga, é candidato ao governo e já está em campanha. Afina-se novamente com Amazonino Mendes, com quem tem conversado com muita frequência, em sucessivos encontros, como acaba de ocorrer agora em Brasília. Ninguém mais sôfrego do que Artur Neto em busca do comando maior do Estado. No entanto, teria que largar a Prefeitura de Manaus nas mãos do vice-prefeito Hissa Abrahão, em quem não confia, ao mesmo tempo em que alimenta dúvidas se realmente terá ou não o apoio de Omar Aziz.
Omar, por sua vez, ainda não sabe se deixa ou não o governo para candidatar-se ao Senado. Tem cacife, como é óbvio, permanecendo no poder. Fora dele, ninguém sabe. É, no mínimo, uma grande incógnita. Além do mais está obrigado a transferir a chefia do Estado ao seu vice José Melo, que já se declarou candidato em campanha. Como é fácil de observar, com a renúncia de Omar, Artur Neto, independente das dificuldades que enfrenta com seu vice, não teria a menor chance.
Por outro lado, há a questão das alianças nacionais que inevitavelmente se projetarão sobre os Estados, impondo linhas mestras e divisoras na composição das coligações regionais. Por exemplo, como o próprio já anunciou, Omar Aziz jamais deixará de apoiar Dilma Rousseff, enquanto o prefeito tucano não terá como negar apoio ao candidato do PSDB, Aécio Neves.
Como as eleições majoritárias estaduais sempre foram decididas com estreita margem de votos, Amazonino Mendes, que tem eleitorado cativo no Estado – torcida fanática, como diz Artur Neto, algo em torno de 15 a 20%, pode ser a peça que dará o xeque-mate no processo sucessório, levando a roda da fortuna política a inclinar-se em benefício de quem merecer seu aval eleitoral.
Finalmente, é de se perguntar se Rebecca Garcia manterá ou não sua candidatura, de forma isolada, como projeto exclusivo da própria deputada e de seu partido, sem a chancela de pelo menos um único líder maior no Estado?