Ficou muito nítido, agora, porque o PR, partido dirigido até às vésperas do impeachment pelo deputado Alfredo Nascimento (AM), fez aquele jogo de cena na votação na Câmara dos Deputados. Apesar de o partido tomar decisão de apoiar a presidente e votar contra a aceitação do processo de impedimento, a maioria dos deputados, inclusive Alfredo Nascimento, votou contra a presidente. Agora, ao anunciar seu ministério (ainda incompleto), Michel Temer (PMDB) revela o que pode ser considerado o pagamento da “fatura” ao PR. O partido, que tinha apenas o Ministério dos Transportes no governo Dilma, ganhou mais um e acumulou outros. Mauricio Quintella (PR-AL) vai ser ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil (Portos e Aviação Civil foram fundidos aos Transportes), enquanto Blairo Maggi (PR-MT) ficou com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Alfredo, ao justificar seu voto, no retorno a Manaus, depois da votação na Câmara, disse: “Na própria Câmara, eu renunciei à presidência nacional do Partido da Republica para votar no impeachment. Isso fez que virasse o jogo. A diferença foi de 25 votos e só o meu partido deu 26 em favor do impedimento”. Nada é por acaso e nem de graça na política.