Nessa terça-feira, 21 de fevereiro, o prefeito Artur Neto anunciou um novo aumento na tarifa de ônibus em Manaus. No dia 28 de janeiro o prefeito havia autorizado, após 2 anos do último reajuste, aumento de R$ 3 para R$ 3,30, elevação de 10%. O segundo ajuste levou-a para R$ 3,80.
Em coletiva para a imprensa o prefeito e o vice, Marcos Rotta, deixaram claro que este aumento se devia à retirada dos subsídios sobre o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) dos combustíveis por parte do governo do Estado.
Óbvio que este é um tema que nunca será bem apreciado pela população, especialmente os usuários do sistema de transporte público e as empresas que subsidiam este transporte público a seus funcionários. Entretanto, me pergunto como manter o mesmo preço por mais de 2 anos quando os insumos, como combustível, pneus, alimentação, dentre outros, subiram, alguns itens mais do que se poderia tolerar, neste mesmo período?
Transporte é como qualquer outro negócio, tem que se pagar e gerar lucro para o investidor. Antes de ser um discurso capitalista é, sobretudo, uma lógica universal.
Vejamos sob outra ótica, esta bem mais socialista. O sindicato dos rodoviários deflagrou, também nessa terça, uma greve no sistema de transporte público, com adesão de 70% da frota, reivindicando aumento de salário. Como as empresas poderão conceder aumento de salários se a tarifa continuar a mesma?
Entre os que discordam do aumento, existem os que nunca viram, os que viram e não acreditam na planilha de custos apresentada pelas empresas de transporte, como justificativa para pleitear o reajuste. Junto aos que concordam, estão os que viram e acreditam e os que nunca viram, mas aplicam uma lógica racional com base em suas próprias vidas. Se no mesmo período aumentaram (e muito) combustível, pneus, salário da sua empregada, diária do jardineiro, pãozinho francês e todo o resto, como não deveria aumentar a tarifa de ônibus?
Fica a reflexão por mais dolorosa que seja.
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