Da Folhapress
SÃO PAULO – Foi bastante tenso o retorno da delegação do Corinthians para a cidade de São Paulo, na noite deste domingo, 13, após enfrentar o Fluminense no Maracanã.
Jogadores foram xingados e empurrados por um grupo de torcedores que esperava o desembarque no Aeroporto Internacional de Guarulhos. Mais cedo, a equipe perdeu por 2 a 1.
O grupo de torcedores iniciou o tumulto quando os jogadores apareceram na área externa do aeroporto. O primeiro alvo foi o volante Ederson, que mesmo protegido por seguranças foi xingado e empurrado. Em seguida, os atletas tiveram que correr até o ônibus do Corinthians, que estava estacionado a algumas dezenas de metros.
A confusão aumentou perto da porta do ônibus, onde os agressores se aglomeraram. Ao entrar no veículo, Ángelo Araos tomou um empurrão.
Minutos depois, seguranças tiveram que abraçar o goleiro Cássio para afastá-lo de quem o seguia, e na sequência um dos homens mais exaltados encarou o lateral Michel Macedo gritando e com dedo em riste.
Em nota divulgada nesta segunda, o Corinthians disse que “lamenta profundamente as cenas ocorridas” e não acredita “em intimidação e ameaças como forma de obter resultados positivos.”
“O momento pede tranquilidade, trabalho e responsabilidade conjunta. Temos plena confiança no grupo de jogadores que formamos. Conhecemos o caráter e o profissionalismo desses atletas, das conquistas de que muitos fizeram parte às situações mais difíceis deste ano”, afirmou.
Dentro de campo, o time vive má fase, agravada pela derrota para o Fluminense. Tem nove pontos no Campeonato Brasileiro e está fora da zona de rebaixamento pelos critérios de desempate.
A equipe volta a campo às 21h30 desta quarta-feira, 16, para enfrentar o Bahia, na Neo Química Arena.
No fim de semana anterior, dezenas de pessoas invadiram o estádio Orlando Scarpelli durante um treino do Figueirense. Houve várias tentativas de agressão aos jogadores, e o grupo de agressores se dispersou antes da chegada da polícia.
Na semana passada, atletas de vários clubes – incluindo os jogadores corintianos – protestaram no primeiro minuto dos jogos da nona rodada do Brasileiro, cruzando os braços em repúdio ao ocorrido em Santa Catarina.
Não é a primeira vez que jogadores do Corinthians são atacados por membros da própria torcida. Em um episódio de 2014, cerca de 100 pessoas invadiram o centro de treinamento do clube, fizeram exigências e só saíram depois de conversar com o então técnico corintiano, Mano Menezes. Na ocasião, alguns jogadores tiveram que se esconder na sala de máquinas da piscina do CT.
Veja a nota divulgada pelo Corinthians:
“O Sport Club Corinthians Paulista lamenta profundamente as cenas ocorridas no último domingo, no Aeroporto Internacional de Guarulhos, e ressalta que sempre zelará pela integridade física de atletas e funcionários.
Este é um ano em que a torcida do Corinthians faz enorme falta. Não ter a Fiel nos empurrando nas arquibancadas da Neo Química Arena e do Brasil, jogo após jogo, é parte de um vazio com o qual precisamos nos acostumar urgentemente.
Quem já teve essa torcida do lado sempre sentirá essa ausência. Mas não acreditamos em intimidação e ameaças como forma de obter resultados esportivos.
O momento pede tranquilidade, trabalho e responsabilidade conjunta. Temos plena confiança no grupo de jogadores que formamos. Conhecemos o caráter e o profissionalismo desses atletas, das conquistas de que muitos fizeram parte às situações mais difíceis deste ano”.