MANAUS – A Susam (Secretaria Estadual de Saúde) informou que o secretário Pedro Elias de Souza reuniu-se nesta sexta-feira, 29, com a direção do Hospital Santa Júlia para discutir a retomada dos serviços de transplantes de rim e de atendimento ambulatorial de pacientes transplantados naquele hospital. Esses serviços foram suspensos pela falta de pagamento do governo de serviços prestados em um contrato de 2013, encerrado em fevereiro pelo hospital, depois de ficar um ano sem receber, de acordo com a assessoria da unidade de saúde.
A Susam também afirma que não tem conseguido fazer o repasse de recursos referente a convênios com o Santa Júlia, em virtude da não apresentação, por parte do hospital, de certidões negativas de débito. “Há questões nesse processo, que estamos buscando equacionar. Há total interesse de ambas as partes em agilizar uma solução e espero avançar nesse sentido, já no começo da próxima semana”, afirmou o secretário.
À reportagem do AMAZONAS ATUAL, a assessoria de comunicação do Hospital Santa Júlia informou, há duas semanas, que havia encerrado o Contrato n° 022/2013 no dia 29 de fevereiro deste ano pelo não cumprimento do pagamento por parte do Estado por mais de um ano, e que depois de muito diálogo, a diretoria do Santa Julia optou por não renovar o contrato. O serviços previstos no contrato eram procedimentos de pré-transplantes renais, transplantes, pós transplantes renais, acompanhamento ambulatorial e de intercorrências pós-transplantes.
De acordo com a Susam, atualmente, o atendimento ambulatorial dos pacientes transplantados está sendo realizado na Fundação Hospital Adriano Jorge. O Santa Júlia está mantendo, até o momento, o atendimento dos pacientes renais crônicos, que necessitam de hemodiálise.
Na manhã desta sexta-feira, Pedro Elias também se reuniu com a promotora de Justiça Silvana Nobre de Lima Cabral, do Ministério Público Estadual (MP-AM). Ele apresentou à promotora as ações que vêm sendo desenvolvidas pela Susam, com o objetivo de atender a demanda crescente pelos serviços voltados para pacientes renais crônicos, incluindo o tratamento de hemodiálise.
Dentre essas ações, Pedro Elias destaca que as clínicas conveniadas da rede não suspenderam o atendimento desses pacientes, ressaltando que o pagamento destes serviços é realizado mediante o repasse de recursos federais. Das quatro clínicas conveniadas, apenas o Hospital Santa Júlia está com repasse atrasado, por conta da não apresentação de documentos exigidos para liberação dos recursos. Mesmo assim, o Santa Júlia está realizando normalmente os serviços de hemodiálise.
Além das parcerias na rede privada, a Susam mantém, mediante convênio, serviço de hemodiálise no Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV) e o Governo do Estado também está criando um novo serviço de hemodiálise na Fundação Hospital Adriano Jorge, já em funcionamento, atendendo 31 pacientes.
No mês de maio, o número de pacientes atendidos no Adriano Jorge será ampliado para 71. “Paralelamente, a Susam está avançando nos procedimentos para iniciar as obras de reforma do antigo setor de Tisiologia do hospital, onde será instalada toda a estrutura da Clínica de Hemodiálise da unidade. O número de atendimentos será ampliado conforme a capacidade do serviço. Quando a obra estiver pronta, o que deve ocorrer no segundo semestre, a capacidade instalada da clínica permitirá atender acima de 300 pacientes/mês”, afirmou.
Essas informações, que foram repassadas também à promotora, irão compor um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), formalizando as ações que serão adotadas pelo órgão. “Considero importante essa interlocução com o Ministério Público. Temos procurado informar e manter o diálogo com os pacientes, por meio das várias entidades que representam os renais crônicos, sobre as medidas que vêm sendo adotadas pelo Governo do Estado para, mesmo diante da crise financeira, assegurar a assistência e buscar fazer frente ao crescimento da demanda por serviços como a hemodiálise”, disse o secretário.