Hoje resolvi escrever sobre um tema que de fato estou sentindo na pele. Falo de uma doença que há muitos anos não aparecia no País em grande escala e que agora voltou a acometer várias famílias em Manaus.
O sarampo é uma doença infecciosa aguda e viral, provocada pelo morbilivírus, com elevado grau de transmissibilidade e que pode acometer pessoas de qualquer idade.
O consultor científico da Fiocruz, Reinaldo Menezes, explica que o sarampo é uma doença transmissível por via respiratória, com alta carga de contágio para quem ainda não teve a enfermidade ou não foi vacinado. Sua transmissão ocorre de pessoa para pessoa, geralmente por espirro, tosse ou fala. Seus principais sintomas são: tosse, febre, manchas avermelhadas na pele, dores no corpo, coriza. Também é comum dor de garganta e até conjuntivite. Eu fui sorteado com todos os sintomas.
A Prefeitura de Manaus já anunciou situação de emergência, com mais de 271 casos confirmados pela Secretaria Municipal de Saúde e mais de 1,8 mil casos suspeitos que estão sob investigação. A maioria dos pacientes é composta por crianças de até cinco anos. Dos casos sob investigação, a zona norte concentra o maior número, com 672 casos. As zonas leste (316), Sul (272), Oeste (268) e Rural (16) possuem casos em apuração.
As complicações e transtornos que essa doença causa vão além dos aspectos físicos e da saúde dos infectados, ela afasta as pessoas de suas atividades, do convívio com familiares e dos que estão a sua volta. Pode até lhe isolar do contexto social.
Mas o que aconteceu para essa doença retornar? Uns falam que veio com imigrantes para nossa região; já outros afirmam que foram a redução de investimentos para a saúde e a ausência de planejamento os culpados por esse surto no Amazonas. Uma coisa é certa: faltaram controle e campanhas de vacinação da população. Prefeitura e Governo do Estado deveriam trocar as propagandas de promoção pessoal por campanhas de orientação à população, para que vá a uma unidade de saúde tomar a vacina, além da intensificação da vacinação. Trata-se de saúde pública e isso pode salvar vidas!
A primeira vacina contra o sarampo foi introduzida no Brasil na década de 1960, mas, como o imunobiológico era importado do mercado internacional, sua distribuição era feita de maneira descoordenada e descontínua. Sua implementação efetiva no país só foi possível após a criação do Programa Nacional de Imunizações (PNI), em 1973, com a missão de organizar e implementar ações de imunização, promovendo o controle de sarampo, tuberculose, difteria, tétano, coqueluche e pólio e a manutenção da erradicação da varíola. Por isso, muitos que nasceram antes dessa data não foram imunizados.
Hoje, o sarampo é uma doença de notificação compulsória. Uma vez diagnosticada, os profissionais de saúde comunicam aos órgãos de vigilância sanitária e de saúde que irão definir procedimentos para que outras pessoas não sejam acometidas. A prevenção é a vacinação, que continua sendo a única forma de evitar a contaminação. É feita de forma gratuita nos postos de saúde do Sistema Único de Saúde, o SUS. Os principais grupos de risco são as pessoas de seis meses a 39 anos de idade. As crianças devem tomar duas doses da vacina combinada contra rubéola, sarampo e caxumba (tríplice viral): a primeira, com um ano de idade; a segunda dose, entre quatro e seis anos. Os adolescentes e adultos (homens e mulheres) e, principalmente, os pertencentes aos grupos de risco também devem tomar a vacina tríplice viral ou dupla viral (contra sarampo e rubéola).
Os amigos me perguntaram como adquiri a doença. Respondo que não adquiri, ela me pegou. Talvez nas caminhadas que faço, fiscalizando os hospitais, escolas ou terminais de ônibus. Não há como saber. Mas uma coisa é certa: a população de classe menos favorecida é a mais afetada. Assim que me recuperar, vou continuar minha atuação parlamentar, convivendo com todas as pessoas que acreditam no meu trabalho, enquanto fiscal do povo, na luta pelos seus direitos. Vamos em frente!
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