Da Redação
MANAUS – O secretário estadual de Administração Penitenciária, Cleitman Rabelo, disse, nesta sexta-feira, 7, que a situação dos presídios no Amazonas ainda é tensa. “Apesar dos nossos esforços, a situação dos presídios ainda é tensa e trabalhamos com monitoramento permanente”, disse, em audiência pública na CMM (Câmara Municipal de Manaus).
Na manhã desta sexta-feira, o preso Janderson Araújo da Silva – conhecido como ‘Bica Rica’, foi assassinado a golpes de faca e estoque dentro da cela da Unidade Prisional do Puraquequara (UPP). Ele era considerado pela polícia como um dos líderes da facção criminosa FDN (Família do Norte).
Outros dois presos foram mortos na mesma penitenciária, na zona leste de Manaus. Um é Leonardo de Souza, 23, conhecido comio ‘Leleco’. Ele foi amarrado e decapitado. A identidade do outro detento não foi informada pela Seap, mas a informação da Polícia Militar em grupo de WhatsApp é que seja Manuel Junior Monteiro Bastos, 23. Eles foram mortos por colegas de cela, segundo a Seap.
Rabelo disse que as audiências de custódia para agilizar processos de presos, a separação de detentos que pertencem a facções rivais e o aumento das revistas nas celas foram medidas de prevenção adotadas para evitar rebeliões e fugas.
Para o secretário de Segurança Pública do Amazonas, Sérgio Fontes, o risco de rebelião está relacionado à insatisfação de líderes de facções com o volume de prisões de traficantes, apreensões de drogas e de armamentos. “Nenhum líder de facção fica satisfeito em ver que a polícia está agindo contra sua organização na apreensão de drogas e prisão de quem trabalha para ele”, disse. “Foram 8.740 prisões em flagrante e 1.340 mandados de prisão cumpridos em 2016, somando 10.528 presos, um número bem maior que o ano anterior. Houve solturas por conta das audiências de custódia, mas as medidas sobrecarregaram os presídios, principalmente, os da capital”, disse o secretário.
No Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), onde 56 presos foram assassinados (degolados e esquartejados) em janeiro deste ano, o número de detentos era quase o triplo de sua capacidade, segundo a Seap. Havia 1.224 presos para apenas 454 vagas. “A situação do Compaj reflete a realidade do sistema prisional do Estado. A população carcerária no Amazonas está com um total de 9.350 presos, 180% a mais da capacidade total dos presídios”, disse o vereador Gedeão Amorim, que promoveu a audiência.