MANAUS – O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas (Sinteam) realiza, na manhã desta quinta-feira, 30, um ato público em frente à sede do Governo do Amazonas para pressionar o governador José Melo a retomar as negociações sobre o reajuste salarial da categoria. O ato está marcado para as 8h30 e conta com o apoio de outras entidades ligadas à educação, como o Movimento Vem Pra Rua Pela Educação.
O presidente do Sinteam, professor Marcus Libório, considerou desrespeitosa com a categoria a atitude do governador de anunciar que não haverá reajuste para os servidores públicos neste ano, porque o governo estava negociando com o sindicato. “No dia 24 de março tivemos a primeira audiência com o governador e ele se comprometeu em avaliar a nossa proposta, mas pediu um tempo porque queria esperar o fechamento do mês. Marcamos uma nova audiência para a semana seguinte e ela foi postergada por duas vezes”, disse Libório.
Na sexta-feira, segundo o presidente do Sinteam, a categoria foi surpreendida com o anúncio de “reajuste zero”. “Foi uma forma desrespeitosa o governador não ter chamado o Sinteam para conversar. Nossa negociação é diferente das outras categorias, porque a Educação tem verbas próprias, definidas na legislação federal”, disse.
O presidente disse que a intenção não é tensionar, nesse primeiro momento, com o governador, mas forçar a reabertura do diálogo. “Se o governador disser que a decisão é irrevogável, vamos discutir com a categoria o que faremos, que pode ser até uma greve geral”.
Vem Pra Rua
O Movimento Vem Pra Rua Pela Educação, no entanto, tem posicionamento mais duro em relação ao governo. Em nota distribuída nesta quarta-feira, 29, a direção do movimento afirma que a categoria “tem clareza de que existem recursos financeiros para o Estado oferecer reajuste” e que falta apenas vontade política. “Ao agir dessa maneira, o governador já pontuou que desqualifica a categoria. Com isso, precisamos radicalizar a luta, mas, para que possamos declarar guerra contra o Estado, precisamos do aparelhamento sindical para defender legalmente a categoria”, diz a nota.
O movimento avalia que é preciso analisar a conjuntura econômica e política, mas pondera que “diante do posicionamento do governador, não adianta mais fazermos apenas paralisações”.
Os professores organizados nesse movimento dizem que é preciso ampliar a luta, mas, para isso, precisam que o sindicato defenda a sua base. “O sindicato não é a diretoria, afinal, somos mais de 15 mil filiados, então, precisamos cobrar da nossa entidade legal, que possui a carta sindical para nos representar, que use a estrutura sindical a nosso favor”, disse.
O movimento diz que a categoria não aceita 0% de reajuste, e, caso o governador se negue a atender às reivindicações dos professores, o Sinteam convocará uma assembleia, imediatamente, para que os trabalhadores possam expor propostas para serem votadas democraticamente, inclusive, a construção de uma possível greve legalizada pela entidade.
“Que fique claro à categoria que somos grupo de oposição [à diretoria do Sinteam], mas que entendemos que o momento exige medidas mais radicais, que não seriam possíveis sem a entidade sindical e a força da categoria. O sindicato é nosso e deve servir a sua base”, diz a nota do movimento.