SÃO PAULO – Cheguei da manifestação e ato pela morte de Marielle Franco que aconteceu na Avenida Paulista com algumas sensações. A emoção tomava conta de pessoas que têm em comum o ativismo, a militância em favor do direitos humanos. Hoje foi um dia de luto, um dia de luta. Escolhemos não calar e o Brasil foi às ruas gritar por justiça. O sangue de alguém que não hesitou travar guerra contra as injustiças sociais não pode ter sido derramado em vão, a missão que foi dada nessa terra ela cumpriu, agora vamos fazer valer a vida dessa mulher que apesar de tão breve foi tão grandiosa. De origem humilde, Marielle começou cedo a enfrentar as dificuldades que seriam pauta de muitas de suas futuras lutas travadas e com muita coragem vencidas, isso porque ela se formou em Sociologia e fez mestrado, sentou na mesma mesa com doutores e fez valer todo o esforço de alguém que chegou muito longe porque era inabalável. Foi a quinta vereadora mais votada no Rio de Janeiro e a vereadora negra mais bem votada na história das eleições. Era “muita informação” para a cabeça deles e sabíamos que eles precisavam calar aquela voz . Nas redes sociais o assunto viralizou, não se falava em outra coisa, alguns lamentaram, outros preferiram comemorar de forma fria e covarde a morte de uma pessoa inocente que junto ao seu motorista perdeu a vida da maneira mais injusta que poderia ter sido. A guerra de egos e a separatista ideia de “direita e esquerda” tornou o facebook ainda mais cruel e sem escrúpulos do que já estava sendo, a falsa ideia de escudo que a internet trouxe faz com que qualquer coisa seja publicável ainda que a falta de respeito e sensibilidade se torne atração principal. No mês das mulheres uma mulher que representava a voz daquelas que não têm espaço, foi silenciada. Ontem Marielle participava de um encontro que seria o último onde ela lutaria pelas suas causas, ontem Marielle indagava “quantos vão precisar morrer?”. Hoje sua voz foi sufocada, silenciada, morta para que o brado fosse ecoado pelos quatro cantos desse país, queremos e precisamos de justiça.
Atos Marielle presente:
Rio de Janeiro
São Paulo