MANAUS – O secretário de Segurança Pública do Amazonas, delegado Sérgio Fontes, em entrevista ao Programa Fantástico, da Rede Globo, neste domingo, 26, deixou claro que não está descartada a possibilidade de existir um grupo de extermínio na Polícia Militar do Estado e que esse grupo tenha atuado nos assassinatos em série registrados no fim de semana de 17 a 20 deste mês. Na mesma reportagem, o comandante da Polícia Militar, coronel Gilberto Gouvêa, disse descartar essa possibilidade e defende seus comandados.
Durante a reportagem, o secretário Sérgio Fontes diz que “70% dos homicídios que ocorrem em Manaus têm características de execução e são decorrentes de disputas do narcotráfico. Por espaço do narcotráfico.” A repórter Cristina Serra pergunta: “Inclusive esses que aconteceram no fim de semana?” Ao que Fontes responde: “Esses eu não diria isso, porque as investigações ainda estão em curso e há uma possibilidade, eu digo possibilidade, de ser uma retaliação por conta da morte do sargento”. O secretário falava do sargento da PM Afonso Camacho Dias, que morreu ao reagir a um assalto na sexta-feira, 17, numa “saidinha de banco”.
O Fantástico também entrevistou um homem que não foi identificado, que disse reconhecer a existência de grupos de extermínio na Polícia Militar. “Toda vez que é morto um policial militar, eles se reúnem e saem matando pessoas para vingar a morte do policial militar. São de cinco a seis grupos de policiais militares. Na hora dos homicídios, as viaturas não passam nos locais onde ocorrerão as mortes. Eles geralmente matam traficantes, homicidas, mas dessa vez quem estava na frente deles, eles saíram matando”, afirma o entrevistado não identificado.
Sérgio Fontes disse, ainda, ao ser questionado pela repórter se as 37 mortes não mostraria “uma desenvoltura muito grande desses bandidos”, que elas podem estar ligadas ou ao narcotráfico ou à ação de um grupo de extermínio. “Mostra uma briga de facções criminosas por disputa por narcotráfico ou um grupo de extermínio que eventualmente possa estar instalado nas forças policiais.”, afirmou o secretário.
No fim da reportagem, o coronel Gilberto Gouvêa afirma o contrário: “Eu não acredito em grupo de extermínio na Polícia do Amazonas. É uma polícia que presta excelentes serviços à sociedade”. A repórter questiona: “O senhor não considera esse número de 37 mortos uma chacina?” E o coronel rebate: “O que você considera chacina?” “37 mortos”, disse Cristina Serra. E Gouvêa conclui: “Exatamente. É um problema muito sério, infelizmente é um fato que nós queremos vivenciar jamais.”